Ataque israelense mata 10 pessoas da mesma família em Gaza
Bombardeio atingiu sul do enclave palestino um dia após país intensificar a ofensiva

Camila Stucaluc
Ao menos 23 pessoas morreram após Israel lançar um forte ataque aéreo contra regiões no sul da Faixa de Gaza. Segundo autoridades do Hospital Nassar, que receberam os corpos na noite de quinta-feira (16), 10 vítimas são da mesma família, sendo cinco crianças.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) ainda não se manifestaram sobre o ataque. Os bombardeios, contudo, aconteceram no mesmo dia em que as tropas intensificaram a ofensiva no enclave palestino. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, justificou a ação como forma de pressionar o Hamas a entregar os reféns capturados em outubro de 2023.
Além das hostilidades, Israel continua proibindo a entrada de ajuda humanitária em Gaza, também visando pressionar o Hamas. A ação é duramente criticada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que disse que 25 programas de distribuição de alimentos foram suspensos por falta de suprimento. Ao todo, 80% da população depende da ajuda humanitária.
“Mais de 2,1 milhões de pessoas estão presas, bombardeadas e famintas novamente, enquanto, nos pontos de passagem, alimentos, remédios e combustível estão se acumulando. Estamos testemunhando atos de guerra em Gaza que mostram um total desrespeito pela vida humana”, disse o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha).
Negociações de cessar-fogo
Países mediadores, como Estados Unidos e Egito, seguem tentando acordar uma nova proposta de cessar-fogo em Gaza. Israel e Hamas chegaram a cumprir uma trégua no início do ano, que durou cerca de 60 dias, mas suspenderam o acordo após impasse no diálogo.
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Isso porque o cessar-fogo era composto por três fases, sendo as duas primeiras compostas pela troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, e a terceira pela retirada total das tropas de Tel Aviv de Gaza. Israel, no entanto, sugeriu estender a primeira fase do acordo – visando a libertação de mais reféns –, o que foi rejeitado pelo Hamas, provocando a retomada das hostilidades.