Argentina denuncia novo cerco de Maduro à embaixada do país em Caracas
Opositores do presidente venezuelano estão asilados no prédio sob custódia do Brasil, depois que diplomatas argentinos foram expulsos da Venezuela
Raphael Felice
A Argentina denunciou, neste sábado (23), um novo cerco de agentes do governo da Venezuela à embaixada argentina em Caracas. Seis opositores ao governo de Nicolás Maduro estão asilados no prédio da diplomacia argentina. A embaixada da Argentina está sob proteção diplomática do Brasil, a pedido do governo de Javier Milei.
Maduro expulsou embaixadores e diplomatas de 7 países, entre eles a Argentina, que contestaram resultado das eleições do país.
O prédio da embaixada da Argentina está sob a custódia brasileira desde julho. Em setembro, os homens de maduro deixaram os arredores do local, mas, neste sábado, voltaram para o prédio da diplomacia argentina, um gesto considerado "intimidação" pelo governo de Milei.
"A República Argentina condena os atos de assédio e intimidação contra requerentes de asilo na Embaixada da Argentina em Caracas, atualmente sob proteção diplomática do governo brasileiro", informa a nota publicada pelo Ministério das Relações Exteriores do país.
"O envio de tropas armadas, o encerramento das ruas em redor da nossa Embaixada e outras manobras constituem uma perturbação da segurança que deve ser garantida às sedes diplomáticas de acordo com o direito internacional, bem como àqueles que solicitaram asilo diplomático", continua.
A nota segue informando que a Argentina apela à comunidade internacional para que condene as práticas do Venezuela e exija o salvo-conduto necessário para permitir que os opositores em asilo diplomático na embaixada deixem o país. O ministério de Relações Exteriores também reiterou os agradecimentos ao Brasil por cuidar da sede diplomática da Argentina em Caracas.
"Da mesma forma, agradece ao governo brasileiro por representar os interesses argentinos na Venezuela, assumindo a proteção das instalações diplomáticas, e pelos seus esforços para garantir a segurança dos requerentes de asilo contra o assédio do regime venezuelano", diz a nota.