Após morte do presidente, Irã marca eleições para 28 de junho
Primeiro vice-presidente permanecerá no cargo até realização do pleito
Camila Stucaluc
O Irã marcou as eleições presidenciais para o dia 28 de junho. A decisão ocorreu após a morte do presidente Ebrahim Raisi, vítima de um acidente de helicóptero no último domingo (19). Segundo a mídia estatal, os candidatos poderão se inscrever de 30 de maio a 3 de junho, e a campanha eleitoral acontecerá entre 12 e 27 de junho.
Até o resultado do pleito, o primeiro vice-presidente, Mohammad Mokhber, ficará como presidente interino. Ele foi nomeado pelo líder supremo do Irã, Ali Khamenei, figura responsável por ditar a decisão final dos assuntos internos e externos do país.
Ebrahim Raisi era o segundo homem mais importante na hierarquia do Irã e favorito para suceder Khamenei. Ele havia sido eleito presidente em 2021 e deveria permanecer no cargo até 2025. Com a morte prematura do político, aos 63 anos, especialistas apontam que as próximas semanas serão de "confusão", em uma disputa interna de poder.
O acidente
Raisi viajava de helicóptero na província do Azerbaijão Oriental na tarde de domingo (19). A queda ocorreu por volta das 13h (horário local), em uma região de difícil acesso, com montanhas, florestas e intensa neblina. As operações de busca levaram à localização da aeronave e do local do acidente, confirmando a morte do presidente iraniano.
Além de Raisi, o helicóptero transportava o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, o governador da província iraniana do Azerbaijão Oriental, Malek Rahmati, o líder religioso Hojjatoleslam Al Hashem e o major-general Seyed Mehdi Mousavi, chefe da equipe de segurança. Um piloto, um copiloto e um técnico também estavam a bordo.
Segundo o Ministério de Relações Exteriores iraniano, o acidente ocorreu devido a condições climáticas adversas. A imprensa local, por sua vez, atribuiu a queda a uma "falha técnica" do helicóptero, um Bell 212.
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Líderes e autoridades mundiais lamentaram a morte de Raisi. Entre eles estão o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, o presidente dos Emirados Árabes, Mohammed bin Zayed Al Nahyan, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Grupos extremistas financiados pelo Irã também se pronunciaram, como o Hamas e o Hezbollah.