Após Irã, Israel aceita cessar-fogo proposto por Trump
Países entram em trégua nesta terça-feira (24), após duas semanas de conflito

Camila Stucaluc
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que concordou com um cessar-fogo com o Irã. A declaração ocorreu poucas horas após autoridades iranianas confirmarem o acordo — mediado pelos Estados Unidos. Com isso, os países entraram em trégua na madrugada desta terça-feira (24).
“Israel agradece ao presidente Trump e aos Estados Unidos por seu apoio na defesa e sua participação na eliminação da ameaça nuclear iraniana. À luz da consecução dos objetivos da operação, e em total coordenação com Trump, Israel concordou com a proposta do presidente de um cessar-fogo bilateral”, disse o premiê. “Israel responderá com força a qualquer violação do cessar-fogo”, acrescentou.
O cessar-fogo entre Israel e Irã foi anunciado na noite de segunda-feira (23) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Conforme estipulado, o exército iraniano deixará de atacar Israel por 12 horas. Cumprido esse prazo, Israel também cessará os bombardeios. Ao final das 24 horas, o "conflito estará encerrado".
O acordo veio após duas semanas de bombardeios intensos entre os países. Os ataques começaram no dia 12 de junho, quando o exército israelense lançou mísseis contra instalações nucleares iranianas. Ao justificar a ação, Tel Aviv acusou Teerã de manter um programa secreto para desenvolver armas nucleares.
No último sábado (21), os Estados Unidos entraram no conflito, atacando as três instalações nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Isfahan. Em resposta, o Irã anunciou o possível fechamento do Estreito de Ormuz – principal rota marítima para navios petroleiros no mundo – e lançou mísseis contra a base militar americana de Al Udeid, localizada no Catar. Os dispositivos foram interceptados.
“De uma certa, aquele ‘hit’ perfeito, tarde da noite, reuniu todos e o acordo foi feito”, disse Trump sobre o ataque norte-americano. “Israel e Irã vieram até mim, quase simultaneamente, e disseram: ‘paz!’ Eu sabia que a hora era agora. O mundo e o Oriente Médio são os verdadeiros vencedores. Eles têm muito a ganhar e, no entanto, muito a perder se se desviarem do caminho da justiça e da verdade”, disse Trump.
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Na publicação, o republicano chegou a chamar o conflito de “Guerra dos 12 Dias”. O nome é similar a “Guerra dos Seis Dias”, de 1967, quando Israel lutou contra um grupo de países árabes, incluindo Egito, Síria e Jordânia. O conflito começou após um ataque surpresa de Israel no Egito, em reação à tensão crescente na região e à uma possível invasão árabe no país. Neste caso, Tel Aviv saiu vitoriosa.