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O que se sabe sobre o conflito Israel e Irã, e a intervenção dos EUA

Ataques dos EUA a usinas no Irã elevam tensão no Oriente Médio; militares de alto escalão e cientistas iranianos morreram em bombardeios israelenses

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Presidente dos EUA, Donald Trump, em coletiva de imprensa logo após o ataque ao Irã | Reprodução
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Os Estados Unidos intervieram diretamente na guerra entre Israel e Irã, ao bombardear, na noite de sábado (21), três instalações nucleares estratégicas da República Islâmica. A ação militar foi chamada pelo governo norte-americano de Operação Martelo da Meia-Noite. Em um pronunciamento em rede nacional, o presidente Donald Trump afirmou que os alvos foram “completamente e totalmente destruídos” e alertou que novos ataques poderão ocorrer caso o Irã tente retaliar.

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Os bombardeios ocorreram após uma semana de confronto aberto entre Israel e Irã, iniciada por uma série de ataques israelenses contra instalações militares e nucleares iranianas no dia 13 de junho.

Principais autoridades iranianas mortas

A agência estatal de notícias do Irã, IRNA, confirmou neste domingo (22) que oficiais militares de alto escalão, de inteligência e cientistas ligados ao programa nuclear iraniano morreram durante os ataques conduzidos por Israel nos últimos dias. Ao menos 13 deles foram mortos em ataques israelenses. Veja os principais:

Principais autoridades iranianas mortas | Arte/SBT News
Principais autoridades iranianas mortas | Arte/SBT News

Os primeiros ataques de Israel deixaram dezenas de mortos, entre eles, altos oficiais militares e cientistas nucleares iranianos. Em resposta, o Irã lançou centenas de mísseis e drones contra o território israelense, alguns dos quais conseguiram atravessar o sistema de defesa aérea do país. Até agora, a guerra deixou centenas de mortos e mais de mil feridos no Irã, além de cerca de duas dezenas de mortos e centenas de feridos em Israel.

O governo iraniano insiste que seu programa nuclear tem fins exclusivamente pacíficos. Já Israel afirma que o programa representa uma ameaça existencial e justifica sua campanha militar como forma de impedir o Irã de desenvolver uma arma atômica. Embora as agências de inteligência dos EUA avaliem que Teerã não esteja ativamente construindo uma bomba, Trump e autoridades israelenses argumentam que o Irã teria capacidade de produzir rapidamente um artefato nuclear, o que representa uma ameaça iminente.

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A região já vivia um clima de forte instabilidade nos últimos dois anos, desde que Israel intensificou a ofensiva para eliminar o grupo Hamas, aliado do Irã, na Faixa de Gaza — onde a guerra continua desde o ataque lançado por militantes em 7 de outubro de 2023 contra o sul de Israel.

Fonte: Instituto de Ciência e Segurança Internacional | Gráfico: Phil Holm (Adaptação: Warley Júnior)
Fonte: Instituto de Ciência e Segurança Internacional | Gráfico: Phil Holm (Adaptação: Warley Júnior)

Bombardeios dos EUA

Os ataques dos Estados Unidos tiveram como alvos as instalações de Fordo, Isfahan e Natanz. Segundo Trump, foram “ataques de precisão em larga escala” e representaram “um sucesso militar espetacular”. O presidente afirmou que, diante da destruição das instalações, o Irã precisaria agora buscar a paz.

O chefe do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine, disse neste domingo (22) que os danos ainda estão sendo avaliados, mas que os primeiros relatórios indicam destruição significativa nos três locais.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, reiterou que o objetivo da operação não foi a derrubada do governo iraniano. “Esta missão não foi e não tem sido sobre mudança de regime”, afirmou.

A Organização de Energia Atômica do Irã confirmou os bombardeios, mas declarou que o programa nuclear do país não será interrompido. Autoridades iranianas e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informaram que, até o momento, não há sinais de contaminação radioativa nas áreas atingidas.

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Segundo um oficial dos EUA, o local de enriquecimento de combustível nuclear em Fordo, que fica sob uma montanha, foi atingido com bombas capazes de penetrar estruturas subterrâneas antes da detonação. Apenas os Estados Unidos possuem esse tipo de armamento — de 13,6 toneladas — e os bombardeiros furtivos usados na operação.

Trump afirmou que, caso o Irã ataque forças norte-americanas, haverá novas ofensivas. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, elogiou a decisão do governo dos EUA.

Resposta do Irã

Em reação aos bombardeios, o Irã lançou uma nova série de mísseis contra Israel entre a noite de sábado e o domingo. As autoridades israelenses relataram mais de 80 feridos, a maioria sem gravidade.

O chanceler iraniano, Abbas Araghchi, disse em entrevista em Istambul que o tempo para negociações chegou ao fim. “Uma administração belicista e sem lei em Washington é única e totalmente responsável pelas consequências perigosas e implicações de longo alcance deste ato de agressão”, declarou. “Eles cruzaram uma linha vermelha muito séria ao atacar instalações nucleares.”

Ainda não está claro como o Irã poderá retaliar, mas analistas consideram possíveis ações contra tropas norte-americanas no Oriente Médio, tentativas de bloquear rotas estratégicas de exportação de petróleo ou a aceleração na produção de uma arma nuclear.

"Escalada perigosa", alerta ONU

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar “profundamente alarmado” com o uso da força pelos Estados Unidos. Ele classificou a ação como uma “escalada perigosa” e líderes internacionais pediram esforços diplomáticos para conter o avanço do conflito.

*com informações da Associated Press

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