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Ataques dos EUA ao Irã: mundo reage a bombardeios americanos em instalações nucleares

Estados Unidos entrou diretamente na ofensiva de Israel para desmantelar programa nuclear iraniano; Teerã diz que tempo da diplomacia "acabou"

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Imagem de satélite mostra instalação nuclear de Fordow, no Irã, após ataque americano | Planet Labs PBC/AP
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Os Estados Unidos realizaram ataques a três instalações nucleares no Irã, neste sábado (21), entrando diretamente na ofensiva de Israel para desmantelar o programa nuclear do país. "As principais instalações de enriquecimento nuclear do Irã foram completa e totalmente destruídas", declarou o presidente Donald Trump em discurso transmitido pela Casa Branca.

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Os bombardeios americanos causaram revolta no Irã. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, declarou à imprensa neste domingo (22) que os EUA "cruzaram uma linha vermelha muito séria", que o tempo da diplomacia "acabou" e que o país tem o direito de se defender.

Governos e autoridades do mundo todo se manifestaram – uns em apoio aos Estados Unidos e Israel, outros ao Irã e muitos apelando contra a escalada do conflito.

Veja abaixo as principais reações aos ataques:

Nações Unidas

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse estar "gravemente alarmado" com o uso da força pelos Estados Unidos. Ele apelou para que os Estados-Membros das Nações Unidas diminuam a tensão e afirmou que, para isso, "não há solução militar".

"Há um risco crescente de que este conflito possa rapidamente sair do controle – com consequências catastróficas para os civis, a região e o mundo", disse na rede social X.

Reino Unido

Keir Starmer, primeiro-ministro britânico, pediu que o Irã retornasse à mesa de negociações para encerrar diplomaticamente a crise, dizendo que a estabilidade era a prioridade. Na sexta-feira (20), o Reino Unido, juntamente com União Europeia, França e Alemanha, tentou negociar uma solução diplomática com o Irã, em uma reunião com o ministro das Relações Exteriores iraniano, em Genebra, na Suíça.

Starmer disse que o programa nuclear do Irã representa uma grave ameaça à segurança global. "O Irã nunca poderá desenvolver uma arma nuclear e os EUA tomaram medidas para aliviar essa ameaça", disse.

Rússia

Dmitry Medvedev, que atua como vice-chefe do Conselho de Segurança do presidente Vladimir Putin, disse que vários países estavam preparados para fornecer armas nucleares a Teerã. Ele não especificou quais países, mas disse que o ataque americano causou danos mínimos e não impediria o Irã de desenvolver armas nucleares.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia "condenou veementemente" os ataques, chamados por ele de "uma grave violação do direito internacional, da Carta da ONU e das resoluções do Conselho de Segurança da ONU".

Iraque

O governo do Iraque condenou os ataques dos Estados Unidos, afirmando que a escalada militar representa uma grave ameaça à paz e à segurança no Oriente Médio. O porta-voz do governo, Bassem al-Awadi, disse que os bombardeios representam sérios riscos à estabilidade regional e pediu esforços diplomáticos para apaziguar a crise.

"A continuação de tais ataques traz o risco de uma escalada perigosa com consequências que se estendem além das fronteiras de qualquer estado, ameaçando a segurança de toda a região e do mundo", disse al-Awadi em comunicado.

Arábia Saudita

A Arábia Saudita expressou "profunda preocupação" com os ataques aéreos, mas não chegou a condená-los. "O Reino ressalta a necessidade de envidar todos os esforços possíveis para exercer contenção, diminuir as tensões e evitar uma nova escalada", disse o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado.

A Arábia Saudita já havia condenado os ataques de Israel às instalações nucleares e aos líderes militares do Irã.

Catar

O Catar, que abriga a maior base militar dos EUA no Oriente Médio, disse que "lamenta" a escalada das tensões na guerra entre Israel e o Irã. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores pediu que as partes evitem o conflito.

"Os povos da região, sobrecarregados por conflitos e suas trágicas repercussões humanitárias, não podem tolerar", diz a nota.

Hamas e os Houthis

Tanto os rebeldes Houthi, no Iêmen, quanto o Hamas condenaram os ataques dos Estados Unidos. Em uma declaração neste domingo (22), o gabinete político Houthi apelou às nações muçulmanas para se juntarem "à Jihad e à opção de resistência como uma frente contra a arrogância sionista-americana".

O Hamas e os Houthis fazem parte do chamado Eixo da Resistência do Irã, um grupo de representantes pró-iranianos que se estende do Iêmen ao Líbano e que durante anos deu à República Islâmica poder considerável na região.

Líbano

O presidente libanês Joseph Aoun disse que os bombardeios americanos poderiam levar a um conflito regional que nenhum país suportaria e pediu negociações.

"O Líbano, sua liderança, partidos e povo estão cientes hoje, mais do que nunca, de que pagaram um alto preço pelas guerras que eclodiram em seu território e na região", disse Aoun em uma publicação no X.

Paquistão

O Paquistão criticou os ataques dos Estados Unidos, afirmando que eles "violam todas as normas do direito internacional".

"O Irã tem o direito legítimo de se defender, de acordo com a Carta da ONU", afirmou o governo paquistanês em comunicado.

China

A China condenou os ataques americanos ao Irã, chamando de grave violação do direito internacional e afirmando que os bombardeios inflamaram ainda mais as tensões no Oriente Médio.

O Ministério das Relações Exteriores chinês pediu a todas as partes, especialmente Israel, que implementassem um cessar-fogo e iniciassem o diálogo. "A China está disposta a trabalhar com a comunidade internacional para unir esforços e defender a justiça, além de contribuir para o trabalho de restauração da paz e da estabilidade no Oriente Médio", disse o ministério.

União Europeia

A chefe de política externa da União Europeia, Kaja Kallas, disse em uma publicação nas redes sociais que o Irã não deve ter permissão para desenvolver uma arma nuclear, mas pediu que os envolvidos no conflito demonstrem moderação.

"Peço a todas as partes que recuem, retornem à mesa de negociações e evitem uma nova escalada", disse Kaja.

*com informações da Associated Press

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