Abby e Brittany: como funciona o corpo das gêmeas siamesas unidas pela cabeça?
Em 2021, uma delas se casou secretamente com Josh Bowling, veterano do exército norte-americano, segundo site Today
Como funciona o corpo de Abby e Brittany Hensel, as gêmeas siamesas que ficaram famosas após aparição no programa da Oprah Winfrey nos anos 90? Elas nasceram juntas em 7 de março de 1990 em Minessota, nos EUA e desde então vivem unidas pela cabeça (o nome técnico é dicefálicas parapagus). No entanto, em 2021, Abby, que agora tem 34 anos, se casou secretamente com Josh Bowling, veterano do exército norte-americano, de acordo com registros obtidos pelo site Today.
Abby e Brittany publicaram algumas fotos da cerimônia no Tik Tok.
“As pessoas têm curiosidade sobre nós desde que nascemos, por razões óbvias”, elas disseram para a rede americana ABC News
O que são gêmeos siameses?
Na definição da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) os gêmeos siameses, ou xifópagos, são irmãos que compartilham uma parte do corpo, logo, nascem e vivem ligados um ao outro.
Eles se desenvolvem a partir de um único óvulo fertilizado e, portanto, são sempre idênticos e do mesmo sexo.
Abby e Brittany compartilham alguns órgãos
No caso de Abby e Brittany, elas não compartilham só o corpo, como alguns órgãos. Além de dois rostos, cada uma delas tem um sistema nervoso parcialmente independente com dois esôfagos, quatro pulmões, duas espinhas, dois corações, dois estômagos e três rins.
No entanto, o fígado e os órgãos reprodutivos são únicos e compartilhados. Além disso, intestino (que é maior que o convencional) e a bexiga também são utilizadas pelas duas, como o quadril, as pernas e os pés.
Sensibilidade do corpo
De acordo com o Jornal Daily Mail, Brittany, a gêmea esquerda, não consegue sentir nada no lado direito do corpo e Abby, que se casou e fica no direito, não consegue sentir nada do seu lado. No entanto, instintivamente seus membros se movem como se fossem coordenados por uma pessoa, mesmo quando digitando e-mails no computador, segundo o jornal.
Casos são raros
No Brasil, foram registrados pouco mais de 500 casos de gêmeos siameses nos últimos 11 anos, de acordo com a Rede D'Or São Luiz e é mais comum a conexão pelo tórax (respondendo por 67% do total), seguidos pelos onfalópagos (unidos pelo umbigo), isquiópagos (na pelve), dicéfalos (duas cabeças, mas apenas um corpo) e parapagus (na parte de trás da cabeça). No caso das duas irmãs, envolvem as duas últimas características.
Segundo dados do Hospital Infantil da Filadélfia, cerca de 70% dos gêmeos siameses são do sexo feminino e a maioria já nasce sem vida.