Mundo precisa investir 35 trilhões de dólares em 7 anos para frear o aquecimento global
Transição energética é um dos temas centrais da Conferência do Clima da ONU, a COP28
Renan de Souza
O mundo precisa investir 35 trilhões de dólares nos próximos sete anos para cumprir as metas climáticas e frear o aquecimento global, segundo a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA). Em termos práticos, o mundo precisaria gerar 1.000 gigawatts de energia renovável por ano até 2030.
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A transição energética é um dos temas centrais da Conferência do Clima da ONU -- a COP28 -- que acontece a partir desta 5ª feira (30.nov) nos Emirados Árabes Unidos, país que, apesar de ser um dos maiores produtores de petróleo do planeta, tem avançado na diversificação da energia.
A comunidade científica, ativistas e a ONU são unânimes: é preciso cumprir as metas do Acordo de Paris para zerar as emissões líquidas de poluentes até a metade do século, e salvar o planeta. O caminho até lá passa pela transição energética, ou seja, mudar a geração de energia dos combustíveis fósseis para fontes renováveis.
Os Emirados Árabes Unidos adotaram uma estratégia para diversificar a produção de energia até 2050, combinando fontes renováveis. O país, que tem a sétima maior reserva do mundo de petróleo e gás, atualmente gera eletricidade utilizando uma das fontes mais abundantes na natureza: o sol.
Uma planta solar, localizada em Dubai, ainda está em expansão, mas a partir de 2030 vai reduzir em mais de seis milhões de toneladas as emissões de carbono do país por ano.
O mundo registrou um recorde de investimentos de 1,3 trilhão de dólares em energia limpa no ano passado.
Para o diretor-geral da IRENA, Francesco La Camara, o desafio está em criar um ecossistema global que possa substituir o atual: "esse novo sistema de energia não vai acontecer sem ter uma infraestrutura física, uma política legal, ambiental e institucional, além de mão de obra qualificada".
Quando o assunto é Brasil, ele afirma que o país vem avançando na transição energética. 87% da produção de energia elétrica brasileira vem de fontes renováveis, como hidrelétrica e eólica. Atualmente, o Brasil fica atrás apenas da China em geração de empregos no setor de energia renovável.
Progredir ainda mais nesse campo, segundo La Camara, significaria um salto econômico: "o benefício vai ser óbvio, quanto mais rápido o Brasil avançar, mais empregos serão gerados". Para ele, o Brasil tem capacidade não só para produzir, mas também para exportar./
A liderança neste setor pode garantir papel de protagonista no cenário internacional. O Brasil já é pioneiro no uso de biocombustíveis. Essas fontes de energia representam cerca de 20% do consumo energético dos transportes do país, enquanto no mundo, esse percentual é de apenas 4%.