Brasil é destaque em Nova York na semana da Assembleia Geral da ONU
Em Nova York, Lula se encontrou com Joe Biden, Volodymyr Zelensky, Olaf Scholz, Tedros Adhanom e outros líderes globais
Patrícia Vasconcellos
Nova York - Os hotéis de Nova York, na semana da Assembleia Geral da ONU, são um espelho do público das Nações Unidas. Nos corredores e recepções, delegações de vários países cruzam para lá e para cá em compromissos e reuniões que antecedem a Assembleia Geral na terça-feira, 19. A delegação do Brasil ficou hospedada no Lotte, mesmo hotel que recepcionou parte dos integrantes da comitiva americana, incluindo funcionários do Departamento de Estado. Joe Biden chegou a Manhattan no fim do domingo e na segunda-feira, 18, participou de uma recepção de campanha acompanhado da primeira-dama Jill Biden.
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No terceiro dia em Nova York, o presidente Lula concentrou as atenções em duas reuniões bilaterais. A primeira com o presidente da Suíça Alain Berset. Em seguida, o presidente brasileiro se encontrou com o ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown. Lula também esteve concentrado na preparação do discurso de abertura da Assembleia Geral na terça-feira. O Brasil, como é tradição, foi o primeiro a ocupar o púlpito do plenário principal, logo após as falas do presidente da Assembleia Geral e do Secretário Geral da ONU, António Guterres.
No lobby do hotel, em conversa com os jornalistas, o Ministro da Economia Fernando Haddad falou sobre as negociações com investidores para o plano de transição ecológica do Brasil. Foram trinta e seis reuniões com aproximadamente sessenta fundos de investimento para falar das condições especiais do país sobre o tema sustentabilidade.
"Falamos das vantagens competitivas do Brasil em relação ao mundo no que diz respeito a nossa matriz de eletricidade que é noventa e dois por cento limpa, da nossa matriz energética que é quarenta e sete por cento limpa e do potencial brasileiro de praticamente dobrar a produção de energia limpa no espaço de cinco anos" disse Haddad.
O ministro falou que este é o tempo necessário para lançar os títulos sustentáveis e para financiar a geração de energia limpa.
O chamado para que nações mais ricas invistam na transição energética de países em desenvolvimento foi tema presente no discurso de Lula na abertura da Assembleia Geral da ONU na terça-feira, 19. Lula, que viajou aos Estados Unidos direto de Havana, citou a necessidade de uma nova reorganização das forças políticas no mundo.
A reforma do Conselho de Segurança da ONU, com a inclusão de nações do Hemisfério Sul, um tema defendido pelo Brasil há décadas, também esteve presente. Este ano, a Assembleia Geral tem o tema "Reconstruir a confiança e a solidariedade global e acelerar a agenda de desenvolvimento sustentável até 2030".
Encontro com empresários brasileiros
No domingo, Lula participou de uma reunião de negócios seguida de jantar com empresários brasileiros.
O evento foi organizado pela Fiesp, a Federação das Indústrias de São Paulo. Estiveram presentes, além dos convidados, o presidente do Senado Federal Rodrigo Pacheco, O presidente da Câmara Arthur Lira e os ministros Mauro Vieira, Fernando Haddad e Luiz Marinho. A embaixadora do Brasil nos Estados Unidos Maria Luiza Viotti e o presidente do BID Ilan Goldfajn também compareceram.
Entre as empresas representadas no jantar estavam o CNAS, Chevron Milken Institute e os think thanks Columbia Center for Global Energy Policy, America Society, Council of Americas e Atlantic Council, além de fundos de investimentos e gestores de capitais.
A bilateral entre Biden e Lula
Na quarta-feira, 20, o presidente Joe Biden teve uma reunião bilateral com Lula às 13h pelo horário local. Os dois líderes se reuniram por cerca de meia hora. Logo depois, Lula e Biden participaram, no mesmo hotel, do evento "iniciativa global Lula Biden para o avanço dos direitos trabalhistas na economia do Século XXI", onde representantes de centrais sindicais dos dois países estiveram presentes. No fim da semana passada, Jake Sullivan, Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, havia adiantado que o governo americano iria tratar com Lula dos direitos do trabalhador.
O Brasil ganha um papel de destaque nesta semana em Nova York. Lula foi o único presidente da America Latina a ter uma reunião bilateral com Biden. No mesmo dia, o Democrata se reuniu com Benjamin Netanyahu. Logo após a reunião de Biden e Lula, às 18h, aconteceu no Central Park o evento "Pororoca" com show de músicos brasileiros como Carlinhos Brown, Olodum e Fafa de Belém.