Redes sociais: mais de 16% das publicações distorcem ou negam o Holocausto
Levantamento da Unesco também aponta para textos que difamam ou acusam judeus
Um levantamento realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) apontou que mais de 16% das publicações feitas em redes sociais distorcem ou negam o Holocausto. Segundo os dados, divulgados nesta 5ª feira (14.jul), 49% do conteúdo relacionado ao tema no Telegram promove informações falsas, cifra que cai para 19% no Twitter, 17% no TickTok e 8% no Facebook.
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Para o levantamento, foram analisados mais de 4 mil postagens envolvendo o Holocausto, período que compõe o genocídio de 6 milhões de judeus pela Alemanha na Segunda Guerra Mundial. No geral, todas as plataformas analisadas registram ao menos um conteúdo negando ou distorcendo o período.
As narrativas que difamavam os judeus, acusando-os de explorar o Holocausto, estavam menos presentes nas publicações - 2,2%. Textos celebrando o período e deslegitimando Israel, por sua vez, estavam presentes em 1,1% do conteúdo revisado, enquanto frases culpando os judeus, ou sugerindo a cumplicidade no Holocausto, foram registradas em 0,8% das publicações.
"Mesmo plataformas que possuem políticas contra a negação do Holocausto, exemplos de negação e distorção foram acessíveis ao público. As ações atacam a verdade e o conhecimento, além de dissemir o antissemitismo e colocar em risco a compreensão de um dos episódios mais trágicos e violentos da história da humanidade", dizem os autores.
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O relatório conclui que a redução do tipo de conteúdo depende, em grande parte, da disposição das plataformas de mídia social em tomar medidas efetivas para resolver a questão. Segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres," caso nada seja feito para enfrentar a propagação de informações falsas e a desumanidade, a população está mal preparada para evitá-las no futuro".