Bachelet não buscará segundo mandato como chefe de direitos humanos da ONU
Em discurso nesta 2ªfeira (13.jun), Bachelet também chamou atenção para as crescentes ameaças contra ambientalistas e indígenas no Brasil
A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, disse que não buscará um novo mandato de quatro anos, citando o desejo de retornar ao seu país natal, o Chile, após um mandato que foi recentemente ofuscado por críticas à sua resposta ao tratamento da China de uigures e outras minorias muçulmanas no oeste de Xinjiang.
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Bachelet usou seu discurso de abertura na sessão de verão do Conselho de Direitos Humanos nesta 2ªfeira (13.jun) para anunciar que seria seu último mandato no principal órgão de direitos humanos da ONU. Depois, ela explicou como havia contado ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, em Nova York, há dois meses, sobre sua decisão. Seu mandato atual termina em 31 de agosto.
"Não sou mais uma mulher jovem e depois de uma longa e rica carreira, quero voltar para meu país, para minha família", disse Bachelet. Aos 70 anos, ela também tem no currículo dois mandatos como presidente do Chile
Em um comunicado, Guterres elogiou o serviço "incansável" de Bachelet à ONU. "Em tudo o que fez, Michelle Bachelet vive e respira direitos humanos. Ela moveu a agulha em um contexto político extremamente desafiador ? e ela fez uma profunda diferença para as pessoas ao redor do mundo", disse ele.
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Em seu discurso,, Bachelet expôs uma série de preocupações com os direitos humanos, e também comentou sobre as ameaças crescentes à ambientalistas e indígenas no Brasil. Segundo ela, o cenário é alarmante e fere os direitos humanos garantidos.
"No Brasil, estou alarmada por ameaças contra defensores dos Direitos Humanos e ambientais e contra indígenas, incluindo a contaminação pela exposição ao minério ilegal de ouro", declarou Bachelet. "Peço às autoridades que garantam o respeito aos direitos fundamentais e instituições independentes".
* Com informações da Associated Press