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2025 será segundo ou terceiro ano mais quente já registrado, afirmam cientistas da UE

Dados são divulgados após falta de consenso entre governos na COP30 sobre redução de emissões de gases de efeito estufa

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Incêndio em Meda, Portugal | 15/8/2025/Reuters/Pedro Nunes

Este ano deverá ser o segundo ou terceiro mais quente já registrado no mundo, potencialmente superado apenas pelo calor recorde de 2024, informou o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), da União Europeia (UE), nesta terça-feira (9).

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Os dados são os mais recentes do C3S após a cúpula climática COP30 do mês passado, em que os governos não conseguiram chegar a um acordo sobre novas medidas substanciais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, refletindo a geopolítica tensa, no momento em que os EUA estão revertendo seus esforços e alguns países procuram enfraquecer as medidas de corte de CO2.

O ano de 2025 também encerrará o primeiro período de três anos em que a temperatura média global ultrapassou 1,5 grau Celsius acima do período pré-industrial de 1850-1900, quando os seres humanos começaram a queimar combustíveis fósseis em escala industrial, disse o C3S em um boletim mensal.

"Esses marcos não são abstratos – eles refletem o ritmo acelerado da mudança climática", afirmou Samantha Burgess, líder estratégica para o clima no C3S.

O clima extremo continuou a atingir regiões em todo o mundo este ano. O tufão Kalmaegi matou mais de 200 pessoas nas Filipinas no mês passado. A Espanha sofreu os piores incêndios florestais das últimas três décadas devido às condições climáticas.

O ano passado foi o mais quente já registrado no planeta.

Embora os padrões climáticos naturais signifiquem que as temperaturas devem flutuar ano a ano, os cientistas documentaram uma clara tendência de aquecimento das temperaturas ao longo do tempo e confirmaram que a principal causa desse aquecimento são as emissões de gases de efeito estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis.

Os últimos 10 anos foram os 10 anos mais quentes desde o início dos registros, informou a Organização Meteorológica Mundial neste ano.

O limiar global de 1,5° Celsius é o limite de aquecimento que os países prometeram, sob o acordo climático de Paris de 2015, tentar impedir, para evitar as piores consequências do aquecimento.

O mundo ainda não violou tecnicamente essa meta – que se refere a uma temperatura média global de 1,5º Celsius ao longo de décadas. Mas a ONU disse este ano que a meta de 1,5° Celsius não pode mais ser atingida de forma realista e pediu aos governos que reduzam as emissões de CO2 mais rapidamente, para limitar a superação da meta.

Os registros do C3S remontam a 1940 e são cruzados com os registros de temperatura global que remontam a 1850.

(Por Kate Abnett)

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