Boris Johnson diz que não vai recorrer à "imigração descontrolada" no Reino Unido
Primeiro-ministro sugere que tensões no país fazem parte de período de ajuste pós-Brexit
O primeiro-ministro britânico Boris Johnson disse, no domingo (3.out) que não recorrerá a "imigração descontrolada" para resolver as crises de combustível, gás e alimentos no Reino Unido, sugerindo que tais tensões fazem parte de um período de ajuste pós-Brexit -- nome dado à saída do país da União Europeia.
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"O caminho a seguir para nosso país não é apenas apertar o botão da imigração descontrolada e permitir que um grande número de pessoas trabalhem... Então, o que eu não farei é voltar ao velho modelo fracassado de baixos salários e baixa qualificação apoiada pela imigração descontrolada", disse ao programa "Andrew Marr Show", da BBC.
Os problemas que surgiram com o Brexit incluíram o desabastecimento de alimentos e bebidas, fazendo até com que prateleiras de supermercado ficassem fazias. A principal relação se dá às dificuldades de transportes enfrentadas pelo país. Caminhoneiros locais estão dificilmente sendo contratados, por não aceitarem os salários comuns oferecidos à categoria. Antes do Brexit, o trabalho era feito principalmente por imigrantes.
Segundo agências de notícias internacionais, o sindicato de motoristas da categoria estimam que 100 mil trabalhadores que antes faziam o serviço deixaram o Reino Unido. A questão ainda foi ampliada pela pandemia de covid-19.
"Quando as pessoas votaram pela mudança em 2016 e novamente em 2019 como fizeram, votaram pelo fim de um modelo falido da economia do Reino Unido que dependia de baixos salários, baixa qualificação e baixa produtividade crônica, e estamos querendo nos distanciar disso", disse o premiê britânico.
Esse foi o mais próximo que Johnson chegou de admitir que deixar a União Europeia contribuiu para as tensões nas cadeias de abastecimento e na força de trabalho do Reino Unido.
*Com informações da Agência Brasil