Talibã anuncia que voltará a punir criminosos com execuções e amputações
Para líderes do grupo, as condenações são necessárias para manter a segurança do Afeganistão
Um dos fundadores do grupo extremista islâmico Talibã informou, nesta 6ª feira (24.set), que a Justiça do Afeganistão voltará a punir criminosos com execuções e amputações. Segundo o mulá Nooruddin Turabi, as condenações, no entanto, não serão aplicadas em público como antigamente.
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"Ninguém vai nos dizer quais devem ser as nossas leis. Seguiremos o Islã e faremos nossas leis sobre o Corão", disse Turabi em entrevista à agência de notícias Associated Press.
Entre 1996 e 2001, durante o primeiro governo do Talibã, diversos detentos foram mortos ou tiveram mãos e pés amputados em eventos que reuniram centenas de pessoas em estádios ou praças públicas. Acusações de roubo, por exemplo, poderiam resultar na amputação da mão ou do pé, e crimes mais severos, como assassinato, poderiam ser punidos a morte do acusado -- geralmente executados por parentes da vítima.
Para Turabi, tais punições são necessárias para a segurança do Afeganistão, pois "resultam em um efeito sobre a população". Atualmente, uma política de julgamento está sendo desenvolvida pelos líderes do grupo.
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Na última 3ª feira (21.set), o Talibã anunciou mais nomes para a formação de seu governo no país, completando a gerência com uma administração 100% masculina. A decisão preocupa moradores e a comunidade internacional, que preveem a regressão da nação afegã em relação a fundamentos civilizatórios.