Complexo da Maré: Fachin determina que Castro explique operação
Ação para localizar envolvidos em roubos nas vias expressas da cidade terminou com três mortos, entres eles, um policial
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin determinou que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, explique o motivo da operação realizada no Complexo da Maré, na zona norte da cidade. Fachin aceitou um pedido do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e da Defensoria Pública do Rio de Janeiro que visa evitar os excessos das ações policiais no estado e proteger a população.
Na petição, o PSB solicita que os policiais usem câmeras corporais em funcionamento interrupto e que o conteúdo gravado seja disponibilizado para o Ministério Público, para a Defensoria Pública do Estado e para os familiares das possíveis vítimas da ação. O pedido também argumenta sobre a necessidade de ambulâncias para acompanhar as operações.
O documento assinado pelo relator foi enviado na noite da última terça-feira (11), depois de um policial do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e dois suspeitos morrerem durante uma ação que, segundo a Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ), tinha como objetivo localizar e prender suspeitos envolvidos em roubos nas vias expressas da cidade.
Além das mortes do sargento Jorge Henrique Galdino Cruz, de 32 anos, e dos acusados, o policial do Bope Rafael Dias Holfgramm ficou ferido na operação e está internado no Hospital Federal de Bonsucesso, na zona norte do Rio.
Ao todo, foram presos 24 homens e apreendidos onze fuzis, uma metralhadora antiaérea - usada para tentar derrubar aeronaves -, drogas e granadas. Entre os presos, estão 7 criminosos acusados de integrar a alta cúpula do tráfico de drogas do Estado de Minas Gerais.
Duas motocicletas e oito veículos roubados também foram encontradas.
Desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira (12), a PMERJ atua na região com o apoio de agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), Batalhão de Ações com Cães (BAC), Grupamento Aeromóvel (GAM) e do 22° BPM (Maré).
O motivo da ação em diversos pontos das comunidades do Complexo da Maré não foi informado pelo órgão.
Em nota, a Secretária de Estado de Polícia Militar do estado informou que ação causou um prejuízo de aproximadamente R$ 1 milhão ao tráfico de drogas que atua na região.
Relembre o que aconteceu:
Na manhã de terça (11), um ônibus foi incendiado na Avenida Brasil, na altura da Fiocruz, em represália a operação dos policiais nas comunidades do Complexo da Maré. De acordo com a Rio Ônibus — Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro — o veículo foi o sétimo em 2024.
As Linhas Amarela e Vermelha também chegaram a ser fechadas, mas foram liberadas pelos policiais em cerca de uma hora.
Enterro
Jorge Henrique Galdino Cruz será enterrado no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na tarde desta quarta-feira (12). Ele deixa a esposa e três filhos.
Não há informações sobre o enterro dos outros dois mortos na operação.