Chefe do Exército articulou domiciliar para Heleno no STF
General Tomás Paiva conversou com ministros e atuou para conseguir benefício


Cézar Feitoza
O comandante do Exército, Tomás Paiva, articulou com ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) o benefício de prisão domiciliar humanitária ao general e ex-ministro Augusto Heleno, de acordo com fontes ouvidas pelo SBT News.
As conversas começaram ainda em novembro, quando o processo da trama golpista se aproximava do fim.
Tomás se encontrou, fora da agenda, com o ministro Alexandre de Moraes em ao menos duas ocasiões no mês que antecedeu as prisões, sefundo relatos de três oficiais-generais ao SBT News.
Em uma dessas conversas, o chefe do Exército contou que Heleno sofria de um problema neurológico que foi percebido na década passada.
O general jogava tênis com amigos quando perdeu a força do braço e não o conseguiu mais levantar com naturalidade.
A idade avançada do general (78 anos) e seus problemas ortopédicos decorrentes dos exercícios feitos durante a carreira militar foram outros pontos levantados pelo comandante.
Tomás tentou conversar sobre o assunto com o presidente do Supremo, Edson Fachin, sobre o assunto. O ministro visitou o chefe do Exército em novembro para um almoço.
O general tentou levantar o tema em dois momentos. Em ambos, Fachin encerrou o assunto de forma abrupta, sem dar espaço para conversas que fugissem das funções institucionais, segundo relatos feitos ao SBT News.
Moraes concedeu o direito de Heleno à prisão domiciliar humanitária na segunda-feira (22), após peritos médicos confirmarem o diagnóstico de Alzheimer.
O general deixou a prisão no Comando Militar do Planalto, em Brasília, após as 23h de segunda. Ele tem de usar uma tornozeleira eletrônica.
Augusto Heleno foi condenado a 21 anos de prisão por ter atuado no núcleo central da trama golpista, acusado de construir a narrativa de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas.
Procurada, a assessoria do gabinete do ministro Alexandre de Moraes ainda não se manifestou.







