Deputada federal Carla Zambelli pode se tornar ré no STF

A deputada federal Carla Zambelli pode se tornar ré no STF. O Supremo julga se a deputada cometeu crime ao sacar a arma e perseguir um homem negro em São Paulo.

O julgamento é feito no plenário virtual do STF. Os ministros decidem se aceitam ou não a denúncia feita pelo Ministério Público Federal e tornam a deputada federal, Carla Zambelli, ré. Eles têm 10 dias para votar. 

Em 29 de outubro, a parlamentar do PL de São Paulo sacou e apontou uma arma para um homem negro com quem havia discutido, na capital paulista. Era véspera do segundo turno das eleições e uma resolução do TSE proibia o porte de armas 48 horas antes da votação. Zambelli perseguiu o rapaz até um bar e o obrigou a se deitar no chão. Ela alegou que teria sido ofendida e um segurança dela chegou a fazer um disparo. 

Em janeiro, a deputada foi denunciada por porte ilegal e constrangimento com uso de arma. A Procuradoria-Geral da República pediu uma multa de cem mil reais por danos morais coletivos e o cancelamento definitivo do porte de arma de Zambelli. Para a procuradoria, mesmo tendo permissão, a parlamentar colocou outras pessoas em risco e não poderia ter sacado a pistola em espaço público. 

O ministro Gilmar Mendes, relator do inquérito, afirmou no voto que "a vítima, distanciando-se do local dos acontecimentos, não representava nem oferecia perigo ou ameaça real". O ministro citou ainda que "a argumentação defensiva, por enquanto, não encontra suporte na prova adquirida nos autos". 

O advogado de Zambelli, Daniel Leon Bialski, afirma que a deputada reagiu ao ser ofendida.  Segundo ele, "qualquer pessoa que esteja sendo ofendida, ela mesmo pode exercer o poder de polícia e falar "você está preso, está detido". E foi o que ela fez, ela agiu por conta própria e chamou a polícia."