TSE não deixará voto "sofrer coação das milícias digitais", diz Moraes
Segundo ministro, "grande desafio da Justiça Eleitoral" em 2022 será dar resposta rápida
Em discurso no Congresso Paulista de Direito Eleitoral, na 6ª feira (20.mai), o ministro Alexandre de Moraes, vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que, nas eleições deste ano, a Justiça Eleitoral garantirá que o voto colocado na urna eletrônica é o computado e não deixará esse voto "sofrer coação das milícias digitais".
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De acordo com o magistrado, essas milícias seguem uma cartilha iniciada com a extrema-direita dos Estados Unidos e "atacavam e continuam atacando os três pilares das democracias ocidentais, e é sempre a mesma sequência: a imprensa livre, as eleições diretas, periódicas, e o Poder Judiciário independente". Para atacar a imprensa tradicional, disse Moraes, elas fazem "surgir notícias, as famosas fake news" -- chamadas por ele como "notícias fraudulentas, porque são fraudes realmente preparadas" --, e as publicam "dentro de uma organização para que tenham mais acesso ainda à população do que a própria mídia tradicional, se aproveitando de um vácuo legislativo mundial".
Já falando sobre o ataque às eleições, disse que "não é questão de urna eletrônica, não eletrônica". Isso porque, explicou, nos Estados Unidos, por exemplo, o ataque foi contra o voto pelo correio. "O problema não é voto pelo correio, o problema não é o voto escrito, não é a urna eletrônica. O problema dessas milícias digitais é atacar a legitimidade das eleições. Então você pega um instrumento das eleições e ataca", pontuou.
Ainda nas palavras do ministro, "o grande desafio da Justiça Eleitoral" em 2022 será dar uma resposta rápida às ações dessas milícias. "O grande desafio vai ser rapidamente verificar, brecar e sancionar, para não deixar às vésperas das eleições isso proliferar. Eu tenho absoluta certeza que nós vamos conseguir isso", completou.
Próximo do final do discurso, afirmou não existir dúvidas sobre a transparência, a lisura e a integridade das urnas por parte de nenhum político dos partidos e presidente, "então não serão milícias digitais que vão tirar essa legitimidade de uma das grandes conquistas do Brasil que é estudada no mundo todo".
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