Aécio Neves é absolvido da acusação de corrupção passiva envolvendo a JBS
Além do deputado, foram absolvidos sua irmã, seu primo e um assessor; MPF diz que vai recorrer
A Justiça Federal de São Paulo absolveu o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) da acusação de corrupção passiva por ter recebido R$ 2 milhões em propina do empresário Joesley Batista. Autor da denúncia, o Ministério Público informou, em nota, que recorre da decisão.
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A sentença é assinada pelo juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal de São Paulo. Além de Aécio, foram absolvidos sua irmã, Andrea Neves, seu primo, Frederico Pacheco de Medeiros, e o assessor, Mendherson Souza Lima.
De acordo com as denúncias do MPF, quando Aécio era senador por Minas Gerais, em 2017, ele e Andrea pediram R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, do grupo JBS, em troca de benefícios à empresa no Congresso Nacional. O MPF sustenta que o pagamento foi feito em quatro parcelas, entre abril e maio de 2017, e recebido por Mhenderson Lima e Frederico Pacheco, que repassaram ao político e à sua irmã.
O magistrado da Justiça Federal paulista afirmou, no entanto, que a denúncia é "improcedente" e que "está provada a inexistência do crime de corrupção passiva narrado pela PGR". O juiz disse ainda que as imagens, divulgadas à época, do primo e do assessor transportando o dinheiro, "serviram apenas para criar impacto midiático", e que não há provas de qualquer retribuição de Aécio pelo recebimento do dinheiro.
Em nota, a defesa de Aécio neves afirmou que a sentença "desfez uma farsa e recolocou a verdade no lugar", e chamou a acusação de "perseguição". Já o MPF sustenta que "não há dúvida de que Aécio e sua irmã, Andrea Neves, incorreram na prática de corrupção passiva".
Confira a íntegra da nota da defesa de Aécio Neves:
"A sentença proferida pelo juiz Ali Mazloum da 7a Vara Federal Criminal de São Paulo desfez uma farsa e recolocou a verdade no lugar. Aécio Neves nunca pediu dinheiro para corrupção, isto é, como contrapartida para a prática de qualquer ato ligado à sua função pública. O mais importante é que isso foi dito com todas as letras pelo próprio Joesley. Oxalá perseguições como esta não se repitam na cena forense brasileira."