STJ revoga prisão temporária de Galo, mas ativista continua preso
Paulo Galo participou do protesto que incendiou estátua em SP e quis abrir debate sobre manutenção de figuras controversas da história
Primeiro Impacto
O ativista Paulo "Galo" Roberto da Silva Lima, preso temporariamente há 9 dias por ter participado do incêndio à estátua de Borba Gato, em Santo Amaro, zona sul de São Paulo, teve a prisão temporária revogada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Porém, Galo permanecia preso até a manhã de sexta-feira (6).
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Juristas e advogados consideram a prisão ilegal, já que o ativista se apresentou espontaneamente à delegacia, confirmando o envolvimento no protesto que incendiou a peça de argamassa, que não teve a estrutura comprometida, em 24 de julho.
Borba Gato é uma figura ligada à escravização de negros e povos indígenas, cultuado no imaginário popular paulista como um "bandeirante" e "desbravador" de terras Brasil adentro. O Tribunal de Justiça de São Paulo negou, no domingo (1), o pedido de liberdade de Galo. Com isso, os advogados recorreram ao STJ.
Outros dois homens foram apontados pela investigação pelos crimes de incêndio, associação criminosa e adulteração de veículo. A dupla chegou a ser presa, mas já foi liberada.
Galo afirmou que o objetivo do protesto era abrir um debate sobre a manutenção de estátuas e monumentos que exaltam personagens controversos e escravizadores da história do Brasil.
Uma semana após o incêndio, uma pintura que homenageia a vereadora Marielle Franco em São Paulo, assassinada em 2018, foi vandalizada com os dizeres "Viva Borba Gato". O painel foi restaurado por artistas e movimentos sociais. Nenhum responsável pelo ataque foi identificado ou preso pela polícia paulista.