Os cinco mais importantes trabalhos do novo procurador-geral da República
Entre um Janot "protagonista" e um Aras "espectador", Gonet vai buscar caminho do meio, com controle do MP e fortalecimento de investigação
Gonet: Os desafios do novo procurador-geral | Edilson Rodrigues/Agência Senado
Leonardo Cavalcanti
• Atualizado em
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Com a aprovação pelo Senado na noite desta 4ª feira (13.dez), o novo procurador-geral da República, Paulo Gonet, tem cinco principais trabalhos pela frente. A lista foi montada entre os próprios integrantes do Ministério Público, que, a pedido do SBT News, apontaram fragilidades a serem combatidas e ações a serem fortalecidas nos próximos dois anos de mandato. A principal delas é ser um meio termo entre Rodrigo Janot e Augusto Aras, os dois últimos procuradores-gerais.
Reconstruir a imagem do MP desgastada com as investigações da Lava Jato e a concordância com as ações de Bolsonaro;
Tido como discreto no trato pessoal, Gonet deve estimular uma atuação menos espetaculosa das apurações do MP;
O procurador-geral, até pelo apoio recebido por ministros do STF, deve atuar de maneira alinhada ao Supremo;
Gonet sabe que tem o desafio de estruturar grupos de combate ao crime organizado (Gaecos) em substituição às forças-tarefas;
Há uma expectativa de que Gonet exerça controle sobre manifestações de procuradores, seja em redes, seja na imprensa.
Os bastidores: o principal ponto para Gonet é atuar entre um Augusto Aras "espectador" dos acontecimentos e um Rodrigo Janot "protagonista" dos eventos políticos. Enquanto Aras foi indicado por Jair Bolsonaro, Janot foi apontado por Dilma Rousseff.
As diferenças: Aras acabou sendo criticado por uma relação mais próxima com o então presidente Bolsonaro. Janot, por sua vez, acabou referendando uma controvesa delação premiada com donos da JBS, Joesley e Wesley Batista, ainda em 2017.
O que vem por aí: as atenções agora se voltam sobre o comportamento de Gonet, que, mais discreto e atento ao cenário político, deve ter uma atuação mais afinado com o STF nos casos dos processos contra golpistas do 8 de janeiro e sobre os últimos lances da finada Lava Jato.