Lula evita repartir Justiça por receio de captura do ministério por corporações policiais
Criação da pasta da Segurança está descartada por ora. Veja nomes em alta e em baixa para substituir Dino
O presidente Lula resiste em dividir o Ministério da Justiça por receio de que as corporações policiais capturem a pasta.
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Entenda o caso: a indicação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF) levou integrantes do governo a defenderem a divisão do Ministério da Justiça para a criação de uma pasta específica para a Segurança.
Qual o receio? Lula avalia que as polícias federal, rodoviária e militar ganharam força na gestão Bolsonaro e poderiam tomar posse do Ministério da Segurança. Assim, deixariam o governo petista refém de lutas internas e corporativas.
Bastidores: a defesa de petistas para criar a pasta com a intenção de deixar uma marca na segurança perdeu força. A ideia agora é fortalecer a Justiça para isolar corporações, deixando o governo atuar nas próprias políticas para a área.
Quem está forte 1: Lula ainda tenta compensar a indicação de mais um homem no Supremo (antes de Dino, o presidente escolheu Cristiano Zanin) com a escolha de uma mulher para a pasta da Justiça. Assim, o nome de Simone Tebet (Orçamento e Planejamento) ganha força.
Quem está forte 2: o ministro aposentado do Supremo Ricardo Lewandowski tem também a simpatia de Lula, pois teria condições de criar um consenso entre petistas e poderia isolar uma guerra interna entre partidos da base pelo posto de Dino. Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União (AGU), entretanto, continua na bolsa de apostas. Ele é o nome defendido pelo PT.
Quem está fraco no jogo: tanto Ricardo Cappelli, atual secretário-executivo do Ministério da Justiça, quanto Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, estariam fora do jogo neste momento. Os nomes dos dois foram cogitados paga a pasta, mas têm poucas chances no momento.
Quando sai a decisão? Lula deve escolher o substituto de Dino dias antes da sabatina do político maranhense na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, marcada para 13 de dezembro. A sessão é o primeiro passo para a confirmação de Dino no Supremo.