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Quem é Paulo Gonet, indicado por Lula à Procuradoria-Geral da República

Indicado é próximo aos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo, e pode retomar bandeiras anticorrupção no MPF

Quem é Paulo Gonet, indicado por Lula à Procuradoria-Geral da República
Foto: Tribunal Superior Eleitoral
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou Paulo Gonet Branco para o cargo de procurador-geral da República, nesta 2ª feira (27.nov). Atualmente, ele é procurador-geral eleitoral. O nome ainda precisará passar por sabatina no Senado Federal, sem data definida. O mandato do atual PGR, Augusto Aras, termina nesta 3ª feira (28.nov). 

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Nascido em 16 de agosto de 1961, no Rio de Janeiro, o indicado formou-se em direito pela Universidade de Brasília (UnB), em 1982. Desde 1990, é mestre em direitos humanos pela Universidade de Essex, do Reino Unido, e concluiu em 2008 o doutorado em direito, Estado e Constituição pela UnB. 

Em 1998, fundou com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e com o ex-PGR Inocêncio Mártires Coelho o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). No STF, além do sócio Gilmar, Gonet também é próximo ao ministro Alexandre de Moraes. Recentemente, recebeu o apoio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que recomendou sua indicação em uma reunião com Lula. 

+ Lula indica Flávio Dino para o lugar de Rosa Weber no Supremo

Gonet ingressou no MPF em 1987. Desde então, passou por várias áreas, tendo sido designado para atuar como procurador regional eleitoral substituto, secretário de assuntos constitucionais da PGR e representante do MPF na 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). De 2019 a 2021, foi diretor-geral da Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU). Foi promovido a subprocurador-geral da República em 2011. Desde 28 de julho de 2021, é vice-procurador-geral eleitoral. Como pesquisador, publicou livros e artigos em parceria com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo, como o "Curso de Direito Constitucional".

O que esperar de Gonet?
Paulo Gonet é um nome muito respeitado pelos colegas do Ministério Público Federal, e é visto como um profissional de perfil discreto e competente no ponto de vista técnico. A única crítica à indicação é o fato de que seu nome não constava na lista tríplice da Associação Nacional de Procuradores da República, que indicava Luiza Frischeisen, Mario Bonsaglia e José Adonis

Alguns aliados de Lula, principalmente no PT, veem o nome de Gonet com alguma desconfiança. Em 2016, como subprocurador-geral da República, defendeu que a presidente do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann (PT-PR), se tornasse ré na Operação Lava Jato e sustentou que a então senadora tinha "plena ciência do esquema criminoso". Por gestos como este, ele possui a simpatia da ala conservadora no Congresso Nacional. Indicado, não deve ter problemas para ser aprovado pelo Senado, já que contará com a chancela de Lula e apoio de parte da oposição.

Com Gonet no comando da Procuradoria-Geral da República, a tendência é de um Ministério Público mais observador e menos interventor e que deve tomar como uma das metas principais o resgate de bandeiras anticorrupção.

Leia também: 

+ Ministros do Supremo reagem à PEC que limita decisões do STF: "Retrocesso"

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