Haddad defende reforma tributária e nega perda de municípios com novo imposto
Ministro também comentou sobre colapso de bancos nos EUA e disse que informações são insuficientes
Em encontro com prefeitos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad saiu em defesa do projeto de reforma tributária e disse que a medida vai permitir que o governo estabeleça mais igualdade no país. Haddad também negou que a implementação de um novo imposto possa trazer perdas a municípios. As declarações foram dadas nesta 2ª feira (13.mar).
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Segundo Haddad, a intenção é garantir uma implementação fiscal estável, que contribua com "justiça tributária, simplificação, transparência" e agenda de desenvolvimento. "Não temos nenhuma intenção de onerar imposto sobre consumo por razões óbvias: o Brasil já cobra muito sobre consumo. Como não dá para baixar, vamos manter para que, depois, em uma segunda fase, possamos abrir espaço para uma acomodação que diminua o imposto sobre consumo ao longo do tempo", declarou.
No evento, Haddad disse haver "uma gordura" que pode possibilitar a redução da taxa de juros no Brasil. "Eu diria que tem uma gordura no Brasil que permite a nós, tomando as providências que estão sendo tomadas e vêm sendo reconhecidas pelo Banco Central nas atas que ele divulga. Eu penso que nós temos aí um espaço que o mundo não tem", defendeu.
O ministro da Fazenda também comentou sobre o Imposto sobre Valor Adicionado (IVA), e que a unificação vai manter os atuais valores de arrecadação: "O IVA não vai diminuir em nada a arrecadação dos municípios; 90% vai ficar exatamente no mesmo lugar". Haddad ainda comentou sobre o colapso de bancos nos Estados Unidos, o Silicon Valley Bank e o Signature Bank - um decretou falência e outro anunciou fechar as portas.
Segundo o ministro, o Banco Central acompanha o caso para decidir se alguma providência será tomada. Haddad também avalia que a situação é grave, mas pondera que não deve gerar uma crise sistêmica, como a que ocorreu em 2008, na quebra do banco Lehman Brothers, e considera haver poucas informações a respeito do tema.
"Tenho falado com o sistema financeiro brasileiro, estou falando com os bancos no Brasil, para saber qual a percepção de risco que eles estão tendo. O que eu posso adiantar, em primeiro lugar as informações ainda não são suficientes para saber o tamanho do problema. A ação do FED ao longo do fim de semana foi positiva, garantindo os depositantes", disse.