PF vê crime em associação de vacina da covid à Aids feita por Bolsonaro
Delegada da Polícia Federal pede autorização do STF para ouvir presidente da República
SBT News
A Polícia Federal afirma que o presidente Jair Bolsonaro (PL) cometeu crime ao relacionar, sem provas, a vacinação contra a covid-19 ao desenvolvimento da Aids, segundo a CNN Brasil. A afirmação do presidente foi feita em uma live transmitida em outubro do ano passado.
Segundo a delegada Lorena Lima, que conduz a investigação, ao analisar relatórios e colher depoimentos de testemunhas foi constatada "a ocorrência de manipulações e distorções dos conteúdos das publicações que serviram de base para os temas propagados pelo Presidente da República". Uma das pessoas ouvidas pela PF foi Mauro Cid, ajudante de ordens do gabinete da presidência da República.
Na transmissão ao vivo pelas redes sociais, Bolsonaro disse que "relatórios oficiais do Governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados [...] estão desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida muito mais rápido do que o previsto".
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De acordo com a PF, Mauro Cid alega que a suposta relação entre a vacina e a Aids consta em artigo científico e em veículos da imprensa. No entanto, a Polícia Federal diz que, ao contrário do que disse Bolsonaro na live, não há informações de que pessoas totalmente vacinadas adquirem mais rápido o vírus HIV.
Máscara
Além disso, Bolsonaro é investigado por outra fala sem comprovação científica, em que diz que "a maioria das vítimas da gripe espanhola não morreu de gripe de espanhola [...] mas de pneumonia bacteriana causada pelo uso de máscara".
A Polícia Federal pede autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para ouvir o presidente. O SBT News procurou o Palácio do Planalto para comentar o caso, mas não obteve retorno.