Bolsonaro seguiu só parte do roteiro que aliados queriam para o discurso
Aliados do presidente apostaram que o discurso na convenção não teria ataques ao STF
SBT News
Os coordenadores da campanha do presidente Jair Bolsonaro estavam já comemorando o tom mais ameno do discurso adotado pelo candidato à reeleição quando de repente ele resolveu ser o Bolsonaro de sempre. O presidente começou a falar que graças às declarações dele sobre o Supremo Tribunal Federal é que a população passou a saber o que era o STF. Foi quando o presidente citou "surdos de capa preta" em uma referência à vestimenta dos ministros da Corte mais importante do país.
O tempo total do discurso foi de 1 hora e 9 minutos, 50 minutos dedicados às ações da sua gestão, quando o presidente citou a conclusão das obras de transposição do Rio São Francisco, e 19 minutos para ataques ao STF e a convocação dos apoiadores para irem às urnas do dia 7 de Setembro, feriado da Independência.
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A avaliação do publicitário Duda Lima, responsável pelo marketing da campanha, é que Bolsonaro foi bem e, apesar de atacar o STF, não "pessoalizou" as críticas como fez outras vezes citando os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. O publicitário com experiência em campanhas eleitorais se disse surpreso sobre as notícias divulgadas pela imprensa tratando os ataques como o mais importante do discurso do presidenciável.
Duda Lima também gostou do tom emocionado que Bolsonaro usou em alguns momentos e quando chegou a chorar diante dos apoiadores. A campanha quer mudar a avaliação de que o presidente é pouco emotivo e preocupado com os outros.