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Economia

Tabelar preço do arroz é medida perigosa, diz economista sobre importação após tragédia no RS

Governo autorizou Conab a importar até 300 mil toneladas do grão; CNA e deputados questionam medida na Justiça

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A importação de até 300 mil toneladas de arroz, autorizada pelo governo federal, é alvo de ação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) no Supremo Tribunal Federal (STF). E deputados federais do Novo e do PSDB acionaram a Justiça em ações distintas, uma no Tribunal de Contas da União (TCU) e outra em Porto Alegre (RS). O economista Lucas Borges explica preocupação do agronegócio com essa medida no programa Brasil Agora desta quarta-feira (5).

O membro do Insper aponta que, inicialmente, achou exagerada a reação do setor diante da medida do governo. "Importar seria para evitar especulação do preço do produto no país. Mas a medida é um pouco perigosa", aponta.

Borges lembra que arroz nacional é vendido a aproximadamente entre R$ 5 e R$ 6 por quilo. A ideia do governo é subsidiar arroz importado via Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vendendo grão a R$ 4 por quilo nos supermercados.

"Importação pode prejudicar o setor interno. As pessoas podem acabar consumindo o que é de fora em vez do que é de dentro. Pode impactar setor que precisa de injeção e fôlego após a tragédia [de chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul]", explica.

Segundo Borges, governo poderia ter mantido a importação, mas algum tipo de medida de ajuda ao setor. "Tabelamento de preço tem histórico ruim", avalia. "Gasolina chegou a ser tabelada no primeiro governo Dilma, e a consequência foi sentida anos depois, em 2015 e 2016, com endividamento da Petrobras", analisa.

O economista também teme possível efeito cascata com a importação. "Se tiver consumo menor do que é produzido aqui dentro, a produção da próxima safra pode diminuir porque produtores entendem que mercado está menos competitivo. E isso pode aumentar preço da próxima safra. E aí, o que vai fazer, importar de novo?", diz.

Assista ao Brasil Agora desta quinta (5):

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