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Economia

Mercadante apoia Haddad no aumento do IOF, enquanto Motta cobra governo por mais responsabilidade

Presidente do BNDES defende imposto e critica Selic; já presidente da Câmara avisa que "quem gasta mais do que arrecada não é vítima, é autor"

Imagem da noticia Mercadante apoia Haddad no aumento do IOF, enquanto Motta cobra governo por mais responsabilidade
Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante (à esquerda), e presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) (à direita) | Reprodução
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O aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) gerou reações bem diferentes entre duas figuras importantes nesta segunda-feira (26). De um lado, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloízio Mercadante, saiu em defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Do outro, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), mandou um recado direto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Durante evento em comemoração do Dia da Indústria, na sede do BNDES, no Rio de Janeiro, Mercadante minimizou o impacto do imposto e voltou a criticar a Selic, taxa básica de juros, que está em 14,75% ao ano. Ele prometeu ampliar o crédito à indústria, mesmo com juros tão altos.

"Vamos aumentar o crédito para indústria e chegar a R$ 300 bilhões até 2030, mesmo enfrentando essa taxa Selic que é ponto fora da curva sob qualquer perspectiva", afirmou Mercadante.

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Para ele, o país já lidou com um IOF mais pesado e o imposto, ao contrário da Selic, traz receita para o governo.

"Temos impacto de IOF, mas nós já tivemos IOF muito mais alto. O IOF tem função de contração monetária porque aumenta o custo do crédito. A Selic gera dívida e o IOF gera receita. Diminui a relação dívida - PIB na sustentabilidade", destacou.

Mercadante também defendeu abaixar os juros de forma gradual e sugeriu taxar mais as casas de apostas online, as chamadas bets. Ele fez um aceno direto a Haddad:

"Haddad tem responsabilidade imensa, com visão estratégica e compromisso com valores republicanos, e não tem poupado esforços pessoais. Mas algumas tarefas não são só suas. Parlamento, sociedade e empresários precisam ajudar a construir soluções porque temos desafio fiscal muito grande", afirmou o presidente do BNDES.

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Recado de Motta a Lula sobre aumento de imposto

Enquanto isso, o presidente da Câmara, Motta, usou as redes sociais para mandar um recado firme a Lula.

"Bom dia e boa semana! Lembrando o que disse logo que assumi: o Estado não gera riqueza - consome. E quem paga essa conta é a sociedade", escreveu o presidente da Câmara no X (antigo Twitter).

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Motta reforçou que a Câmara tem ajudado a aprovar projetos do governo, mas não aceitaria ser responsabilizada por erros fiscais.

"A Câmara tem sido parceira do Brasil ajudando a aprovar os bons projetos que chegam do Executivo e assim continuaremos. Mas quem gasta mais do que arrecada não é vítima, é autor", criticou. "O Executivo não pode gastar sem freio e depois passar o volante para o Congresso segurar. O Brasil não precisa de mais imposto. Precisa de menos desperdício. Vamos trabalhar sempre em harmonia e em defesa dos interesses do país", finalizou Motta.
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