Em meio a tensão com Legislativo, Haddad diz que resultado fiscal depende do Congresso
Para o ministro da Fazenda, governo poderá “surpreender positivamente” em 2024, mas depende dos parlamentares para equilibrar as contas
Em evento organizado pelo BTG Pactual nesta terça-feira (6), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a economia poderá “surpreender positivamente” em relação às expectativas iniciais, com indicadores dentro do esperado e queda na taxa básica de juros. Ele afirmou, porém, que, para cumprir a meta de zerar o déficit das contas públicas, depende do Congresso Nacional.
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"O resultado primário [das contas públicas] depende do Congresso Nacional. Nosso papel é ir apresentando ao Congresso [medidas] com certa gradualidade", explicou o ministro. As Casas legislativas retomam esta semana as atividades em meio à tensão com o governo por causa do corte de emendas de comissão.
Em 2023, o governo fechou as contas com um déficit de R$ 230 bilhões, o segundo pior resultado da série histórica (com início em 1997). O maior déficit aconteceu em 2020, por causa da pandemia. O rombo foi incentivado por uma alta de despesas e uma redução da arrecadação.
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O titular da Fazenda acrescentou que a área econômica do Executivo mapeou "custos tributários para conseguir tornar possível, em algum momento do futuro próximo, equilibrar as contas do Estado brasileiro".
"Estamos trabalhando em novas medidas, em novas propostas. Mas o Congresso dá a palavra final", disse Haddad.
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Entre as prioridades de Lula e seu time que dependem do clima com o Congresso estão:
- regulamentação da 1ª fase da Reforma Tributária;
- avanço na discussão da reforma do Imposto de Renda, chamada de “justiça tributária”;
- reooneração da folha de pagamento;
- revisão dos gastos com Saúde e Educação após o fim do teto de gastos; sem o limite, o orçamento das áreas cresceria, respectivamente, 30% e 8%.