Decisões de liquidação do Master e reprovação da compra pelo BRB foram unânimes no BC
Voto pela liquidação do banco foi escrito pelo diretor Ailton de Aquino, convocado por Toffoli para acareação


Raquel Landim
As decisões de liquidação do Master e a reprovação da compra pelo BRB foram unânimes dentro da diretoria do Banco Central, conforme apurou a coluna.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli convocou o diretor de fiscalização do BC, Ailton de Aquino Santos, para participar nesta terça-feira (30), de uma acareação, junto com o banqueiro, Daniel Vorcaro, e com o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa.
O voto recomendando a liquidação do Master foi de Aquino – o restante do colegiado acompanhou de forma unânime. Foi ele também quem identificou as fraudes e quem notificou o Ministério Público sobre os crimes.
Durante o processo, a diretoria de fiscalização do BC recomendou “remédios” que evitassem a liquidação: aportes de capital e vendas de partes do banco ou de sua totalidade - mas nada disso funcionou. Todos os ofícios foram guardados.
O Tribunal de Contas da União (TCU) está questionando o Banco Central (BC) se a liquidação foi rápida demais. É essa linha do tempo com todos esses ofícios que será enviada ao TCU nesta segunda-feira (29).
Uma das saídas tentadas pelo Master para resolver seu problema de liquidez foi a operação com o BRB. Quando o processo se tornou uma operação de fusão ou aquisição, ela foi analisada pela diretoria de organização do sistema financeiro do BC, comandada por Renato Dias de Brito Gomes.
O parecer de recusa da aquisição veio dessa diretoria e, também, foi aprovado de forma unânime pelo colegiado. A diretoria do BC entendeu que a operação não era sólida o suficiente.
Ainda não está claro para juristas ouvidos pela coluna qual é o papel do BC na acareação que acontece amanhã.
Em seu despacho, Toffoli reconhece que a autoridade monetária não é investigada, mas os juristas dizem que o BC tampouco é testemunha dos fatos, já que trata-se do supervisor do mercado.
Em sua decisão, o ministro justifica a presença de Aquino dos Santos, porque o objeto da investigação “tange” a atuação do BC.
“Tendo em vista que o objeto da investigação tange a atuação da autoridade reguladora nacional, sua participação nos depoimentos e acareações entre os investigados é de especial relevância para os esclarecimentos dos fatos”, diz o despacho.









