Casa do Pão de Queijo, Polishop: mais de 600 empresas apresentaram pedidos de recuperação judicial em 2024
Número representa um aumento de 66% em relação aos cinco primeiros meses de 2023, segundo Serasa Experian
Gudryan Neufert
Nos cinco primeiros meses deste ano, 676 empresas apresentaram pedidos de recuperação judicial, segundo a consultoria Serasa Experian. Os dados representam um aumento de 66% em relação ao mesmo período de 2023.
Taxas de juros elevadas e dificuldade para conseguir crédito são apontadas por especialistas como possíveis razões para esse aumento. Mas a maior parte das corporações que utilizam esse instrumento conseguem evitar a falência e retomar a operação.
O que é recuperação judicial
É um instrumento de apelo das próprias empresas para evitar a falência. No pedido de recuperação, a companhia justifica as razões da crise financeira e apresenta um plano de superação, com prazos e condições especiais de pagamento das dívidas.
Se a Justiça e os credores aceitarem, as cobranças são suspensas. Em caso de descumprimento dos acordos firmados, a corporação é dissolvida e seus bens são bloqueados e leiloados.
Como funciona o processo
As etapas descritas acimas são seguidas pela Americanas, uma das maiores redes varejistas do país, desde janeiro de 2023. Na segunda-feira (1º), a Casa do Pão de Queijo, que tem 450 lojas pelo Brasil, apresentou um pedido de recuperação ao TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) após acumular R$ 57,5 milhões em dívidas.
Embora seja um processo longo, a maior parte das empresas que recorre a esse instrumento judicial consegue superá-lo e retomar sua operação regular.
"A empresa precisa de uma ajuda para cumprir seus passivos, e a saída é entrar em falência ou recuperação judicial. [Se o processo não for autorizado] As pessoas perdem empregos, a sociedade perde mais um fornecedor, e o próprio governo acaba perdendo arrecadação de impostos", disse ao SBT News Rodrigo Galego, consultor e especialista em recuperação judicial.