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Economia

Haddad: "Base da pirâmide sustenta Estado e topo não comparece com a sua justa parte"

Ministro da Fazenda afirmou que ajustes fiscais historicamente penalizam a periferia e os mais pobres e defendeu combate a desigualdades tributárias

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Ministro da Fazenda, Fernando Haddad | Divulgação/Diogo Zacarias/MF
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez duras críticas à desigualdade fiscal no Brasil durante evento realizado nesta sexta-feira (27), na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Ele relembrou uma frase do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha eleitoral de 2022: "Eu quero colocar o pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda". Segundo o ministro, o que ocorre hoje no país é exatamente o oposto.

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Haddad apontou que as renúncias fiscais somam R$ 800 bilhões e beneficiam principalmente os mais ricos. "Temos uma sociedade de ponta cabeça em que a base da pirâmide sustenta o Estado e o topo da pirâmide não comparece com a sua justa parte", afirmou. As falas acontecem após derrota do governo para o Congresso com a derrubada de decretos que aumentavam o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

O ministro questionou quem costuma arcar com os custos dos ajustes fiscais e disse que, no Brasil, esse tipo de medida é historicamente associada à retirada de direitos. "Quem é que vai pagar essa conta? Em geral, é quem ganha salário mínimo, é o aposentado, é o servidor público, é o pessoal da periferia", declarou.

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Haddad ainda criticou a reação de parte da sociedade quando se propõe que os mais ricos contribuam com o ajuste. "Quando você fala 'vamos corrigir essas contas, mas vamos chamar a turma da cobertura para pagar o condomínio', aí é um espanto. Aí o ajuste fiscal deixa até de ser interessante", ironizou.

Para ele, é fundamental que a desigualdade seja enfrentada junto com o reequilíbrio fiscal. "Isso que não pode mais acontecer no Brasil. Se o país tem essa desigualdade, nós temos que entender que essa desigualdade tem que ser corrigida junto com o ajuste e não depois, porque depois a desigualdade vai ser maior", concluiu.

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