Após China e UE, Argentina suspende importações de frango do Brasil
Governo da Argentina determinou a suspensão de importações até o Brasil certificar que país está livre da gripe aviária
Ellen Travassos
O governo da Argentina determinou a suspensão das importações de carne de frango do Brasil após o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmar a detecção de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja do Rio Grande do Sul. A decisão foi divulgada pela agência sanitária argentina nesta sexta-feira (16).
Mais cedo, a União Europeia e a China também divulgaram a mesma decisão de suspender a compra de frango brasileiro após a revelação do caso de gripe aviária. A suspensão vale para os próximos 60 dias.
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Em comunicado, o Serviço nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina informou que a medida vale até que o governo do Brasil certifique que o país está livre da gripe aviária.
O governo federal anunciou nesta sexta-feira (16) a detecção do vírus em uma granja de aves comerciais. Segundo o Mapa, trata-se do primeiro foco de circulação da chamada gripe aviária em um sistema de avicultura comercial no Brasil.
A descoberta ocorreu no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. A IAAP circula desde 2006, sobretudo na Ásia, na África e no norte da Europa.
Medidas tomadas após detecção do vírus
O governo comunicou o caso de Montenegro (RS) aos entes das cadeias produtivas envolvidas, à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), aos ministérios da Saúde e do Meio Ambiente e aos parceiros comerciais do Brasil.
Ainda de acordo com o Mapa, o Serviço Veterinário do país "vem sendo treinado e equipado para o enfrentamento dessa doença desde a primeira década dos anos 2000".
O ministério reforçou que, desde 2006, tem realizado ações para prevenir entrada do vírus no sistema de avicultura comercial brasileiro, como "monitoramento de aves silvestres, a vigilância epidemiológica na avicultura comercial e de subsistência, o treinamento constante de técnicos dos serviços veterinários oficiais e privados, ações de educação sanitária e a implementação de atividades de vigilância nos pontos de entrada de animais e seus produtos no Brasil".
Segundo o Mapa, essas medidas "foram cruciais e se mostraram efetivas e eficientes para postergar a entrada da enfermidade na avicultura comercial brasileira ao longo desses quase 20 anos".