Produção e exportação de veículos tem queda no ano; licenciamentos crescem
"Só em 2026 recuperaremos os níveis registrados antes da pandemia", diz presidente da Anfavea
Guto Abranches
A produção, venda e exportação de veículos pelas fábricas instaladas no Brasil apresentaram sinais opostos no balanço do ano. A conclusão está exposta na Carta da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), divulgada nesta 5ª (07.dez). Em resumo, 2023 termina com mercado interno em alta, fabricação de unidades estável e vendas ao mercado externo em queda. Confira no quadro abaixo.
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O primeiro semestre ficou abaixo das estimativas dos fabricantes. Já a partir de agosto, as montadoras observaram um aumento importante na absorção dos veículos pelo mercado doméstico. A produção média chegou a 10,6 mil unidades por dia, no mês de novembro. Foram produzidas 202,7 mil unidades no mês, o que representa crescimento de 1,5% sobre outubro. Na comparação anual, no entanto, a baixa chega a 6,1%.
No mercado interno foram licenciados 212,6 mil veículos, 2,4% menos do que no mês de outubro e 4,2% a mais do que em novembro de 2022. No período janeiro a novembro deste ano houve crescimento de 9,1%. As exportações mensais baixaram 23% ante outubro. De janeiro a novembro, houve queda de 15,9% em relação ao mesmo intervalo de tempo no ano passado. O ano deverá fechar com 2,29 milhões de emplacamentos, alta de 8,8% sobre 2022, acima dos 6% projetados pela associação. Os ônibus tiveram surpreendente crescimento de 18,8% no ano, graças sobretudo a maior demanda por modelos de uso rodoviário. Já os caminhões, dentro da previsão da entidade, registraram queda de 15,9% de janeiro a novembro, após a forte antecipação de compras ocorrida em 2022, na esteira da nova fase de legislação de emissões que elevou os custos dos produtos.
Projeções para 2024
Para 2024, a ANFAVEA projeta vendas de 2,450 milhões de autoveículos, uma elevação de 7,0% sobre 2023. Na divisão por grandes segmentos, espera-se alta de 6,6% para automóveis e comerciais leves, e de 14,1% para veículos pesados. Para a produção, a expectativa é de um crescimento de 4,7% no ano que vem, o que representa 2,470 milhões de veículos. A estimativa, faltando poucos dias para o encerramento do ano, é de uma produção acumulada de 2,359 milhões de veículos no fechamento de 2023.
"Precisamos de todo o esforço conjunto das empresas e da sociedade para aumentar nossa produtividade, mas acredito que só em 2026 recuperaremos os níveis registrados antes da pandemia", afirmou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.
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