Maioria dos presentes dos Pais vai custar entre R$ 50 e R$ 250, diz ACSP
Consumidor vai preferir fazer compras de forma presencial; roupas, calçados e acessórios são os favoritos
Guto Abranches
A maioria dos consumidores que pretendem presentear no Dia dos Pais estima gastar entre R$ 50,00 e R$ 250,00. Levantamento em nível nacional da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em parceria com a PiniOn, atesta que 78,1% das pessoas que vão dar presentes estão neste grupo.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
35,9% dos entrevistados pretendem comprar presentes no Dia dos Pais, enquanto 46,1% responderam que não têm intenção de comprar presentes para a data, e 18,0% responderam que ainda não decidiram. O economista Ulisses Ruiz de Gamboa, do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, analisa o cenário.
"Trata-se do reflexo da deterioração do poder de compra das famílias, devido ao menor crescimento da renda, juros altos e alto grau de endividamento, num contexto de menor concessão de crédito. De qualquer forma, a perspectiva em relação às vendas é mais favorável, quando comparado ao ano passado, e deve favorecer o varejo mais tradicional, com mais vendas realizadas em lojas físicas" - Ulisses Ruiz de Gamboa, ACSP
Em relação ao ano passado, houve um leve aumento da proporção dos que manifestaram intenção de compra, observando a diminuição do percentual relativo aos que não pretendem adquirir presentes. Do grupo de entrevistados que planejam presentar seus pais, 43,2% pretendem gastar mais do que em 2022, enquanto 32,0% desejam o contrário. Em termos do nível de despesa, a grande maioria (78,1%) pretende gastar entre R$ 50 e R$ 250. A pesquisa também apontou que a maioria das compras continuaria sendo realizada em pequenos estabelecimentos (42,4%), e de forma presencial, em lojas físicas (60,9%).
Na tabela abaixo, estão as principais categorias de bens e serviços que fazem parte da intenção de compra dos entrevistados (1.750), a nível nacional, assim como se a forma de pagamento seria à vista ou parcelada. Vale lembrar que mais de uma opção de presente pode ser escolhida por cada um dos consultados.
De acordo com a tabela, presentes de uso pessoal e de menor valor seguem prevalecendo nas intenções de compra. E o pagamento à vista continua sendo o mais utilizado nesta data. Roupas, calçados e acessórios continuam sendo os itens de maior destaque (39,7%), embora ainda continue bem abaixo do registrado durante os anos anteriores à pandemia (entre 60 e 70%).
Perfumes (28,7%), almoço em restaurante (17%), caneca e relógio (10,3%). Itens como livro (3,7%) e chocolate/bombom (8,5%) e caixa de ferramentas (6,1%), que estiveram em alta dois anos atrás, como reflexo do período de isolamento social, continuaram mostrando forte redução de intenção de compra. Se manteve a tendência na diminuição das intenções de adquirir bens digitais, tais como celular, computador, notebook e tablet, respondendo por 16,1% do total, o que poderia ser explicado pelo menor crescimento da renda, alto grau de endividamento das famílias e elevado custo do crédito. Por outro lado, na área de serviços, a adesão ao almoço em restaurantes (17,0%) passou a predominar sobre pedidos de delivery de refeição e cesta de café da manhã (16,2%), o que reforça a volta aos hábitos de consumo que prevaleciam durante o período anterior ao isolamento social.
Para Ulisses Ruiz de Gamboa, economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, com exceção de computadores, notebooks e tablets, a disposição a comprar de forma parcelada é notadamente menor. "Para a maioria dos itens continua havendo preferência maior pela utilização de dinheiro em espécie e cartões de débito, em relação a usar a modalidade do PIX - como forma de pagamento à vista. Essa menor intenção de parcelamento das compras poderia estar associada aos maiores juros e menor concessão de crédito por parte dos bancos e instituições financeiras".
Leia também