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Economia

Relatório de sustentabilidade e contato com investidores: erros e acertos

Especialista da Way Carbon e head de sustentabilidade do Grupo Soma dão exemplos para um material assertivo

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Quando se fala no impacto positivo que uma empresa deve deixar no meio ambiente, na sociedade e na própria governança e os possíveis investimentos que podem surgir, no meio desse caminho há um relatório de sustentabilidade.

Mais do que uma obrigação, o documento se tornou uma tendência entre as empresas, que confeccionam edições cada vez mais robustas, detalhadas e até estilosas. São informações como, por exemplo, desperdício ou contenção dos recursos naturais, o quanto se faz de logística reversa, e até como se avalia a satisfação dos colaboradores. Mas, o que realmente faz um bom relatório de sustentabilidade?

"O mais importante é que ele seja verídico. Lembro que lá em 2003 já foi um marco quando as empresas começaram a publicar números de acidentes, números de denúncias de assédios. Eram informações que as empresas escondiam. Hoje elas dão essa transparência", comenta a especialista da Way Carbon, Carla Leal.

Transparência é a palavra de ordem. Mesmo que revele mais erros do que acertos. Ao menos demonstra que a empresa está comprometida em evoluir. Mas, mesmo para chegar a esse ponto, é preciso analisar e conhecer os próprios impactos, gerando uma matriz de materialidade.

É nela que são reunidos os dados e as opiniões dos stakeholders -- acionistas e investidores, por exemplo. A partir dela que se sabe, realmente, quais projetos estão dando certo ou não e também o quanto. "Provavelmente, o primeiro relatório de sustentabilidade não dará orgulho ao empresário", pondera Carla. "Mas ele pode demonstrar que 'aconteceu isso e vamos fazer assim para resolver', pronto, já tornou essa comunicação transparente e positiva. No próximo ano, se vir com o problema solucionado, melhor ainda".

Depois que os primeiros dados surgem, fica mais fácil. É possível trabalhar em melhorias e, em seguida, comparar se houve avanços. Foi assim com Taciana Abreu, head de sustentabilidade do Grupo Soma. "É uma agenda muito extensa, tem muitas frentes, muitos indicadores e é difícil você ser bom em tudo e avançar em tudo ao mesmo tempo. Os dados vão ajudar, inclusive, a priorizar batalhas".

Há dois anos e meio à frente da sustentabilidade marcas como Farm e Animale, Taciana e equipe já estão em outro patamar. Sistematizaram as operações para gerar o relatório de sustentabilidade. Agora, os dados são colocados em uma plataforma que exibe involuções e evoluções. As "batalhas" são travadas com planejamento e metas definidas.

Outro detalhe que Carla chama atenção é para a padronização das informações na forma que são apresentadas: "Importante olhar para uma tendência. Na Europa e Estados Unidos estão surgindo regulações, estão tornando esses relatórios obrigatórios. Com essa regulação todos vão reportar a mesma informação. Por exeplo, eu dizer que economizo tantos litros de água não basta, porque não consigo comparar. Mas, se eu disser que uso tantos litros para fabricar uma peça de roupa e que antes eu usava outros tantos, aí sim eu consigo ter parâmetro, inclusive, de comparação com o setor".

O setor em que se está inserido importa. Aliás, não há problema em evidenciar impactos positivos aos quais os stakeholders estejam mais interessados. "Não precisa ser ecochato. Pode ser ecosexy, sim. Tem que atrair para o seu negócio, para o tema. O tema da sustentabilidade tem que ser interessante para a maioria", indica Taciana

Mais dicas para um bom relatório de sustentabilidade, no Foco ESG:

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