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Economia

"Não tem erro", afirma Raul Velloso sobre gastos sociais fora do teto

Para o economista, qualidade do gasto com Bolsa Família justifica a retirada da despesa do teto

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Para o economista Raul Velloso, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e a equipe de transição acertam ao priorizar o atendimento à população mais necessitada, por meio da garantia de mais recursos ao programa Auxílio Brasil -- que deve voltar a ser chamado de Bolsa Família. O ex-secretário de Assuntos Econômicos do governo José Sarney, não vê conflitos no pedido apresentado na PEC de Transição para que os gastos com o benefício social fiquem permanentemente fora do limite do teto.

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"À primeira vista não tem problema, desde que se explique adequadamente o que está sendo feito e de que forma, a longo prazo, isso pode eventualmente ser compensado. O que deve ser levado em conta é a importância do que se faz e a qualidade dos gastos. Aqui é socorrer os mais pobres e isso é um gasto de alta qualidade. Duvido que haja alguém no país que duvida que faz todo o sentido socorrer os mais necessitados com um programa desse tipo", provoca Velloso.

Em entrevista ao SBT News, o economista avaliou que o mercado precisará se adaptar ao novo governo em transição. "Não é o presidente que vai deixar de dormir, porque alguém vai soprar no ouvido dele que o dólar pode subir, porque o mercado não gosta disso. Nessa história do teto e do orçamento público se tem um gasto que o governo acredita valer a pena fazer e isso é submetido a um grupo de juízes com sinal de aprovar ou não aprovar. O que as pessoas [do mercado] dizem no fundo é: não faça esse gasto que vai proteger os mais pobres, porque não teve uma nota suficientemente alta na nossa avaliação. Mas não é o mercado que vai dar nota para um gasto a se fazer. Isso é uma questão política de quem foi eleito, está seguindo as regras e correndo risco político de fazer gasto aqui ou ali", pondera. Veja a íntegra da entrevista:

Velloso também acredita que outros pontos da PEC de Transição são positivos, como a retirada do cálculo do limite do teto de gastos uso de recursos doados em questões ambientais e a utilização de recursos por universidades federais que tenham sido arrecadados de forma própria, seja por parcerias público-privadas ou com organizações internacionais.

A aplicação em investimentos de parte dos recursos extraordinários arrecadados pelo governo também tem apoio do economista ph.D pela Universidade de Yale. Na avaliação dele, este uso da verba pública tem compensações ainda mais claras do que programas sociais. Além de criar mais empregos, o ganho econômico também se expressa por meio de bens produzidos para o país, especialmente quando os investimentos se direcionam para a área de infraestrutura.

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