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Congresso

Primeiro dia da CPI do MST tem bate-boca e microfone desligado

Início do trabalho dos deputados na comissão foi marcado por troca de acusações entre parlamentares

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CPI do MST 23/05
• Atualizado em
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O primeiro dia de trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), nesta 3ª feira (23.mai), contou com bate-boca entre parlamentares durante a apresentação do plano de trabalho do colegiado. Um dos embates foi entre a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) e o relator da comissão Ricardo Salles (PL-SP).

Durante pronunciamento em que defendia que a CPI era uma forma de criminalizar a atuação do MST, a psolista lembrou que Salles, que foi ministro do Meio Ambiente durante o governo de Jair Bolsonaro, foi investigado pela Polícia Federal por suspeita de facilitar a exportação ilegal de madeira durante o mandato do ex-presidente.

"Veja, cresceu mais de 70% a violência no campo. Tem a ver com grilagem, tem a ver com madereiros, tem a ver com garimpo ilegal. Aliás, com crimes em que tem envolvimento do próprio relator, investigado pelo Polícia Federal", disse a deputada do PSOL.

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Após a fala de Talíria, o vice-presidente da CPI, Kim Kataguiri (União Brasil-SP), interrompeu o pronunciamento da parlamentar, utilizando de regra do regimento da Câmara que determina que nenhum deputado pode se referir a um par de forma "injuriosa". A psolista retrucou, dizendo que "não seria injúria tratar de fatos". Com o seu microfone desligado, a deputada complementou: "E olha que eu nem o chamei de bandido ou de marginal, com todo o respeito". Salles, por sua vez, pediu a palavra e afirmou que irá entrar com uma representação contra Petrone no Conselho de Ética da casa. 

Deputada tem microfone desligado

Outro momento de tensão na CPI foi durante o pronunciamento da deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP), que observava que as "sujeiras" que serão investigadas pela comissão eram de autoria de grileiros, madereiros e invasores de terras de proteção ambiental e não do Movimento dos Sem Terra. Em certo momento da sua fala, Sâmia leu uma notícia sobre a abertura de uma investigação aberta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), presidente da comissão, por seu suposto envolvimento com o patrocínio dos atos golpistas.

"Acabou de sair a notícia de que o Moraes autorizou a PF a retomar a investigação do presidente da CPI do MST pela participação nos atos antidemocráticos. Que até agora o senhor estava dizendo que era mentira", disse a deputada do PSOL.

Logo após a fala, Sâmia Bonfim teve o seu microfone desligado. A deputada queixou-se ao comando da CPI, reclamando os 30 segundos de fala que ainda restavam. Zucco respondeu a parlamentar dizendo que a comissão "não era palco para ataques pessoais".  "Sobre essa nota, já tinha sido publicado. Isso não é pauta dessa CPI", concluiu.

Tapas na mesa e acusações de "marginal" e "torturador"

O deputado Delegado Éder Mauro (PL-PA) acusou o MST de ser um "movimento marginal que invade, quebra, põe fogo em sedes em fazendas e que matam os animais". Sentado na sua fileira, Valmir Assunção (PT-BA), que é um dos líderes nacionais dos sem terra, disse que não aceitaria as falas do parlamentar e rebateu as declarações dando tapas na mesa e declarou: "Ele não pode me chamar de marginal, eu não admito isso. Eu sou deputado como todos aqui. Não sou marginal".

Fora dos microfones, as deputadas Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Talíria Petrone (PSOL-RJ) contestaram Éder Mauro, dizendo que "marginal é torturador". A comissão foi interrompida por três minutos até o deputado do PL retomar a sua fala, acusando a existência de gabinetes de deputadas "que comportam mulheres que respondem por formação de quadrilha e que é mulher do maior bandido do MST que é José Rainha". 

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