Publicidade

"Não foi por picuinha", diz Lira sobre derrubada de decretos de Lula

Presidente da Câmara afirmou, em evento nos EUA, que Congresso vai ter que brigar para impedir retrocessos

"Não foi por picuinha", diz Lira sobre derrubada de decretos de Lula
arthur lira em púlpito do Lide
Publicidade

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, nesta 3ª feira (9.mai), que a suspensão de trechos de decretos presidenciais que mudavam o marco legal do saneamento não ocorreu por "picuinha" dos deputados. A fala aconteceu durante participação em evento do Lide, Grupo de Líderes Empresariais, em Nova York, nos Estados Unidos.

+ Leia as últimas notícias no portal SBT News

"É um ato extremo, revogar um decreto presidencial, e não foi por picuinha, nem por maldade política, mas porque um decreto, na hierarquia das leis, não pode alterar uma lei aprovada pelo Congresso Nacional, atacando um ponto que foi discutido amplamente, como foi o Marco do Saneamento do país", disse Lira.

Segundo ele, por 10 dias houve uma tentativa de negociação com o governo federal, para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse rever os termos do decreto, o que acabou não acontecendo. Lira acredita que o Senado deve votar o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) ainda essa semana. 

O deputado de Alagoas também declarou que o Congresso terá que "brigar diariamente" para evitar o retrocesso em pautas liberais que já foram aprovadas no país. 

"Qual é a principal reforma que o Congresso tem que se debruçar? Todos poderão dizer: hoje é a Tributária. Não. A principal reforma que o Congresso brasileiro vai ter que brigar diariamente é a reforma de não deixar retroceder tudo que já foi aprovado no Brasil, no sentido da amplitude do que é mais liberal. Não retroceder será nossa principal reforma" , afirmou Lira.

Arcabouço fiscal e reforma tributária fora da polarização

Para Arthur Lira, o arcabouço fiscal e a reforma tributária precisam ser defendidos por todos, ficando a margem da polarização política do país.

"O nosso desafio vai ser fazer com que o arcabouço fiscal e a reforma tributária fiquem a margem dessa polarização, a margem das discussões políticas, porque esses sistemas são nacionais e precisarão do empenho de todos", disse ele.

A reforma tributária, segundo o parlamentar, será a que for possível. "Nós vamos fazer a reforma tributária possível. Se for mais dura, com mais transição. Se for mais leve, com menos transição", destacou. 

Lira ainda aproveitou sua fala para criticar a insegurança jurídica no Brasil, afirmando que não é o Congresso o responsável por essa instabilidade.

"Nós não teremos nenhum tipo de dificuldade de negociar com transparência e com cautela, para que essa reforma possa sair definitivamente, como todos anseiam, para um país mais justo, mais simples, em um ambiente de negócio mais tranquilo e, principalmente, com o que tem faltado no nosso país ultimamente: segurança jurídica. E não é o Congresso que tem faltado a ela. Não é o Congresso que tem instabilizado a segurança jurídica no país. Nós precisamos que esse ambiente se normalize, se tranquilize para que investidores externos, para que recursos internacionais -- em um país de oportunidades como o Brasil -- possam transitar de maneira segura", declarou o presidente da Câmara.

Já sobre o arcabouço fiscal, Lira disse que a meta é de que ele seja votado ainda neste semestre, embora o Congresso Nacional esteja em um momento de "acomodação política ao novo governo". E completou: "O mundo do Brasil de 2002 não é o mesmo de 2023, não é o mesmo de 2010, não é o mesmo de 2014. Nós não tínhamos leis de responsabilidade fiscal, nós não tínhamos internet, agências reguladoras e um Congresso com maior protagonismo. E isso precisa ser ajustado".

Reforma administrativa

Sobre a reforma administrativa, o presidente da Câmara dos Deputados destacou que os direitos adquiridos pelos atuais servidores públicos não será afetado. As mudanças seriam impostas, então, para os "entrantes", que trabalharão em um sistema de maior contenção e com aferição de produtividade. 

De acordo com o parlamentar, a reforma já está pronta. Para ser votada, segundo Lira, é necessário apoio. 

"A reforma administrativa está pronta, aprovada pela Comissão Especial. Pronta para plenário. [Para aprovar] Precisamos de apoio político, precisamos de apoio empresarial, precisamos de apoio da imprensa", concluiu Lira.

Leia também:

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

portalnews
sbtnews
sbt
congresso
brasil
arthur lira
decretos
marco
saneamento
governo
lula
deputados
senado
câmara
lide
nova york

Últimas notícias

Tutor de pitbulls que atacaram crianças em SP é indiciado por lesão corporal e maus-tratos

Tutor de pitbulls que atacaram crianças em SP é indiciado por lesão corporal e maus-tratos

Dono dos cães nega negligência e afirma que as vítimas teriam provocado os animais antes do ataque
Homem morto em explosão próxima ao STF foi candidato a vereador pelo PL em 2020

Homem morto em explosão próxima ao STF foi candidato a vereador pelo PL em 2020

Francisco Wanderley Luiz teve 98 votos e era dono do carro que explodiu na praça dos Três Poderes
FALSO: Trump não pode prender Moraes caso seja eleito presidente dos EUA, diferentemente do que afirmou Marcos do Val

FALSO: Trump não pode prender Moraes caso seja eleito presidente dos EUA, diferentemente do que afirmou Marcos do Val

Confira a verificação realizada pelos jornalistas integrantes do Projeto Comprova
Brasil Agora: Testemunha da explosão no STF conversa ao vivo

Brasil Agora: Testemunha da explosão no STF conversa ao vivo

Confira esse e outros destaques desta quinta-feira (14); assista ao programa no canal do site SBT News no YouTube!
Motorista de delator do PCC presta novo depoimento à polícia

Motorista de delator do PCC presta novo depoimento à polícia

Advogado diz que cliente está “muito abalado”; Danilo Silva Lima também era segurança de Vinícius Gritzbach, mas não é PM
Homem morre após ser atropelado por motociclista que empinava moto em MG

Homem morre após ser atropelado por motociclista que empinava moto em MG

Condutor chegou a ver estado da vítima, mas foi embora sem prestar socorro
Caixa inicia pagamentos do Bolsa Família de novembro; veja quem recebe

Caixa inicia pagamentos do Bolsa Família de novembro; veja quem recebe

Recurso pode ser sacado em agências bancárias ou movimentado virtualmente
Mais de 820 milhões de pessoas vivem com diabetes no mundo, diz pesquisa

Mais de 820 milhões de pessoas vivem com diabetes no mundo, diz pesquisa

Número dobrou em comparação ao registrado em 1990; quadro aumentou sobretudo em países de baixa e média renda
Explosões em Brasília: GSI descarta ameaça no Palácio do Planalto

Explosões em Brasília: GSI descarta ameaça no Palácio do Planalto

Equipes de segurança disseram não ter encontrado artefatos suspeitos durante varredura; Lula cumpre agenda no local nesta quinta-feira
Pagamento do 13º salário pode injetar até R$ 321 bilhões na economia

Pagamento do 13º salário pode injetar até R$ 321 bilhões na economia

Mais de 92 milhões de trabalhadores terão direito à bonificação; primeira parcela deve ser paga até 30 de novembro
Publicidade
Publicidade