Aras é sabatinado no Senado e diz que conduz PGR "sem espetáculo"
Procurador-geral foi indicado para mais um mandato e criticou vazamentos seletivos da Lava Jato
SBT News
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado sabatina, nesta 3ª feira (24.ago), o procurador-geral da República, Augusto Aras, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para um novo mandato de dois anos à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Logo na abertura de sua apresentação, o procurador-geral destacou a importância da oitiva "a sabatina é um dos momentos em que se concretiza relevante participação desta casa legislativa no democrático sistema de pesos e contra-pesos", afirmou.
Aras fez um balanço de sua atuação à frente do Ministério Público e afirmou que tem conduzido a PGR "sem espetáculo", criticando o trabalho de vazamento seletivo durante as operações da Lava-Jato "o modelo de forças-tarefa com personalização culminou numa série de irregularidades", afirmou.
Aras destacou que não permitiu que o Ministério Público substituísse o Poder Legislativo, ou Judiciário ou Executivo.
"Ainda que a discrição na nossa atuação tenha frustrado os apreciadores da espetacularização de investigações, alimentando uma curiosidade mórbida que, não só prejudica a eficácia das apurações, mas expõe investigados a uma execração pública e a uma condenação antecipada, cumprimos o compromisso de uma atuação sóbria, técnica, de um PGR que não é somente o titular da ação penal, mas também defensor da ordem jurídica e dos direitos e garantias fundamentais", disse Aras.
Sobre críticas em relação a processos envolvendo o presidente Jair Bolsonaro e seus ministros, afirmou que as investigações são analisadas para "não criar dificuldades injustas para quem quer que seja".
"Não há maior dor do que uma condenação injusta. E o pior, uma condenação sem o devido processo legal.E o que se fez nos últimos dois anos foi um trabalho criterioso, permanente, contínuo e duradouro para que nenhum cidadão brasileiro, no âmbito da PGR sofresse investigação ou acusação seletiva ou permeada pelo descaso que pudesse causar lesões definitivas na honra de quem quer que seja", afirmou.
Depois da sessão na CCJ, o nome de Aras será submetido a uma votação secreta no plenário da Casa, onde precisará do voto favorável de 41 dos 80 senadores.
O SBT News transmite a sabatina, acompanhe aqui conosco.
Leia também: