Congresso
Em meio à pandemia, Lira quer transferir jornalistas para sala sem ventilação
Local que abrigava 25 pessoas da Secretaria-Geral da Mesa deve alocar mais de 40 profissionais da imprensa, sem distanciamento
Gabriela Vinhal
• Atualizado em
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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), autorizou o início da transferência do comitê de imprensa para 5ª feira (11 fev), segundo Sérgio Sampaio, diretor-geral da Casa. O novo local escolhido pelo líder do Centrão foi uma sala sem janelas e sem banheiros, cuja capacidade é de 25 pessoas - metade do número de profissionais de imprensa alocados diariamente no espaço. Há pressa para o despejo, mas o Departamento Técnico da Casa sequer recebeu um projeto ou previsão orçamentária para realizar as obras.
Estudo para a transferência do comitê de imprensa: novo espaço é fechado e sem janelas
Eleito em 1º de fevereiro com apoio do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), Lira quer ocupar o espaço para instalar o gabinete da Presidência. Dessa maneira, poderia receber visitas de autoridades, como governadores e ministros, sem passar pelo Salão Verde, onde passam jornalistas, servidores e visitantes. Nesta 3ª feira (9 fev), o presidente disse que a decisão já foi tomada e que no máximo poderá avaliar outro local para a imprensa.
Durante a campanha, Lira defendeu "transparência" na gestão e um mandato coletivo, com a participação de outros deputados. A decisão de transferência do comitê, no entanto, foi individual - com a volta de um projeto do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ), condenado na Lava-Jato por corrupção e lavagem de dinheiro. O processo já era conduzido pela aliada do líder do Centrão Soraya Santos (PL-RJ), que ocupava até janeiro deste ano a Primeira Secretaria, responsável por gerenciar os gastos da Casa Legislativa.
Além de Cunha, o petista Arlindo Chinaglia (SP) também tentou afastar os jornalistas, mas a proposta não avançou. O prédio do Congresso Nacional é tombado, e a área atualmente usada pelo comitê é do arquiteto Oscar Niemeyer. Por isso, é necessária uma autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para dar prosseguimento à reforma. O aval só foi dado em 2018, por um arquiteto e um coordenador técnico, durante a gestão do emedebista.
"A intervenção, como foi concebida, não apresenta riscos de descaracterização do edifício e se restringe basicamente à reorganização e redistribuição interna de diversos ambientes de trabalho, conferindo mais clareza à organização e distribuição dos ambientes internos do edifício, não havendo nenhuma alteração, seja na volumetria do edifício, suas fachadas ou obras de arte integradas", afirmou o Iphan.
Nas redes sociais, parlamentares da oposição reclamam da decisão de Lira sem passar pelo colégio de líderes. "É grave a atitude autoritária de Lira de mandar jornalistas para o subsolo e acabar com o local onde fica o atual comitê da imprensa! É típico do bolsonarismo atacar o livre exercício do trabalho de jornalistas e cercear a liberdade de imprensa", disse a vice-líder do Psol, Fernanda Melchionna (RS).
Em nota, a assessoria de imprensa da Câmara informou que o projeto de arquitetura do novo gabinete da Presidência está em fase final de aprovação, mas ainda não há estimativa dos gastos. "Os custos da obra, prevista para começar até o fim de fevereiro, ainda estão sendo levantados. Para a execução, serão utilizados recursos de contratos de mão-de-obra já firmados pela Câmara e alguns insumos adicionais, se necessário".
"O Comitê de Imprensa será instalado no térreo do Ed. Principal, perto da sala de reuniões do Colégio de Líderes e ao lado da TV Câmara, onde, assim como os jornalistas dos veículos da Casa, os profissionais de imprensa continuarão a ter fácil acesso ao Salão Verde e ao Plenário da Casa. A nova área que vai abrigar o Comitê de Imprensa possui 106 m² e está em estudo a incorporação de mais um espaço com cerca de 60 m² para viabilizar o trabalho dos jornalistas no local", afirmou.
Estudo para a transferência do comitê de imprensa: novo espaço é fechado e sem janelas
Eleito em 1º de fevereiro com apoio do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), Lira quer ocupar o espaço para instalar o gabinete da Presidência. Dessa maneira, poderia receber visitas de autoridades, como governadores e ministros, sem passar pelo Salão Verde, onde passam jornalistas, servidores e visitantes. Nesta 3ª feira (9 fev), o presidente disse que a decisão já foi tomada e que no máximo poderá avaliar outro local para a imprensa.
Durante a campanha, Lira defendeu "transparência" na gestão e um mandato coletivo, com a participação de outros deputados. A decisão de transferência do comitê, no entanto, foi individual - com a volta de um projeto do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ), condenado na Lava-Jato por corrupção e lavagem de dinheiro. O processo já era conduzido pela aliada do líder do Centrão Soraya Santos (PL-RJ), que ocupava até janeiro deste ano a Primeira Secretaria, responsável por gerenciar os gastos da Casa Legislativa.
Além de Cunha, o petista Arlindo Chinaglia (SP) também tentou afastar os jornalistas, mas a proposta não avançou. O prédio do Congresso Nacional é tombado, e a área atualmente usada pelo comitê é do arquiteto Oscar Niemeyer. Por isso, é necessária uma autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para dar prosseguimento à reforma. O aval só foi dado em 2018, por um arquiteto e um coordenador técnico, durante a gestão do emedebista.
"A intervenção, como foi concebida, não apresenta riscos de descaracterização do edifício e se restringe basicamente à reorganização e redistribuição interna de diversos ambientes de trabalho, conferindo mais clareza à organização e distribuição dos ambientes internos do edifício, não havendo nenhuma alteração, seja na volumetria do edifício, suas fachadas ou obras de arte integradas", afirmou o Iphan.
Nas redes sociais, parlamentares da oposição reclamam da decisão de Lira sem passar pelo colégio de líderes. "É grave a atitude autoritária de Lira de mandar jornalistas para o subsolo e acabar com o local onde fica o atual comitê da imprensa! É típico do bolsonarismo atacar o livre exercício do trabalho de jornalistas e cercear a liberdade de imprensa", disse a vice-líder do Psol, Fernanda Melchionna (RS).
Em nota, a assessoria de imprensa da Câmara informou que o projeto de arquitetura do novo gabinete da Presidência está em fase final de aprovação, mas ainda não há estimativa dos gastos. "Os custos da obra, prevista para começar até o fim de fevereiro, ainda estão sendo levantados. Para a execução, serão utilizados recursos de contratos de mão-de-obra já firmados pela Câmara e alguns insumos adicionais, se necessário".
"O Comitê de Imprensa será instalado no térreo do Ed. Principal, perto da sala de reuniões do Colégio de Líderes e ao lado da TV Câmara, onde, assim como os jornalistas dos veículos da Casa, os profissionais de imprensa continuarão a ter fácil acesso ao Salão Verde e ao Plenário da Casa. A nova área que vai abrigar o Comitê de Imprensa possui 106 m² e está em estudo a incorporação de mais um espaço com cerca de 60 m² para viabilizar o trabalho dos jornalistas no local", afirmou.
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