Rússia diz estar analisando proposta de paz de Lula para guerra na Ucrânia
Autoridades demonstraram receptividade ao documento e agradeceram ao Brasil por não enviar armas à Kiev
Camila Stucaluc
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, afirmou, na 5ª feira (23.fev), estar analisando a proposta de paz do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o fim da guerra na Ucrânia. Segundo o político, Moscou está examinando as iniciativas do ponto de vista do Brasil e levando em consideração a situação "no terreno".
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"A Rússia valoriza a posição equilibrada do Brasil na atual situação internacional, sua rejeição às medidas coercitivas unilaterais tomadas pelos Estados Unidos contra o nosso país e a recusa de nossos parceiros brasileiros em fornecer armas, equipamentos militares e munições ao regime de Kiev", disse Galuzin à agência estatal Tass.
Desde que assumiu a presidência, em janeiro, Lula vem comentando sobre possíveis propostas para encerrar a guerra na Ucrânia. Durante encontro com o presidente norte-americano Joe Biden, em Washington, o líder citou a importância de criar um grupo de países neutros em relação ao conflito para mediar as negociações de cessar-fogo.
"Eu falei com o presidente Biden o que eu já tinha falado ao presidente [da França Emmanuel] Macron ao chanceler alemão, Olaf Scholz. Ninguém quer que essa guerra continue e é preciso encontrar parceiros capazes de construir um grupo de negociadores que os dois lados possam compreender e terminar essa guerra", disse Lula.
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Completando um ano nesta 6ª feira (24.fev), a invasão russa na Ucrânia já provocou, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), ao menos 18.483 vítimas, sendo 7.068 mortos e 11.415 feridos. O número de pessoas precisando de auxílio básico já chega a 18 milhões, enquanto 8 milhões de ucranianos estão em situação de refúgio na Europa.
