Grupo de trabalho que baseou proibição de mototáxi debateu implementação de tuk-tuks em SP
Triciclos motorizados com cabines são utilizados principalmente na Índia e no sudoeste asiático
Derick Toda
Um grupo de trabalho instituído pela prefeitura de São Paulo, em 2023, definiu que a adesão do transporte comercial de passageiros por motociclistas, seja mototáxi ou por aplicativo, seria um risco para a saúde pública.
Um decreto assinado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), no mesmo ano, suspendeu as corridas por moto na capital paulista. No entanto, nesta semana, a empresa 99 desafiou a decisão do Executivo municipal e voltou a oferecer o serviço, alegando respaldo na legislação federal.
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Em 13 reuniões, o grupo de trabalho ouviu especialistas em mobilidade urbana, autoridades públicas e representantes das empresas 99 e Uber e considerou os riscos de constrangimento, abuso e importunação sexual, pelo contato entre passageiro e motociclista, e, principalmente, um possível aumento no número de acidentes de trânsito.
O grupo chegou a discutir a implementação de triciclos motorizados com cabines, de acordo com o relatório final.
O modelo seria similar aos populares tuk-tuks usados na Índia e no sudoeste asiático, que transportam passageiros e cargas.
"De modo suplementar, a constituição de um regime de transporte individual, nos termos aqui estudado e debatido, se apresenta menos prejudicial com a utilização de triciclos dotados de cabines, sendo as viagens acionadas mediante aplicativos, com limitação de quilometragem e restrição de vias dotadas de preferência destinada ao transporte coletivo de passageiros", afirmou o GT, no relatório.
Entretanto, o grupo ressaltou que a implementação desse novo modal necessitaria de estudos complementares, além de restrições, fiscalizações e promoção de uma parceria com a prefeitura.