Putin assina decreto e reconhece independência de Kherson e Zaporizhzhia
Medida abre caminho para cerimônia de anexação das regiões à Rússia
Camila Stucaluc
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou, na noite de 5ª feira (29.set), dois decretos que reconhecem a independência das cidades ucranianas de Kherson e Zaporizhzhia. Os documentos, tornados públicos pelo Kremlin, abrem caminho para que as regiões, hoje ocupadas por tropas russas, sejam formalmente anexadas ao país.
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A medida é resultado dos referendos instaurados nas cidades por representantes pró-Moscou. A votação, apesar de ser considerada ilegal pela comunidade internacional, chegou a quase 100% de aprovação, reconhecendo o desejo dos moradores de anexar o território uraniano à Rússia. As regiões de Donetsk e Luhansk também estão no plano de junção, mas já foram reconhecidas como independentes pelo Kremlin em fevereiro.
Segundo o governo, Putin deve assinar os documentos formais de anexação nesta 6ª feira (30.set). Para o ato, os funcionários estão preparando um evento na Praça Vermelha, em Moscou, onde o país irá comemorar o chamado "Juntos Para Sempre". Com a junção das quatro regiões, a Rússia terá 15% do território ucraniano.
"Amanhã, às 15h, no Grande Palácio do Kremlin, na Sala St. George, será realizada uma cerimônia para assinar acordos sobre a entrada de novos territórios na Federação Russa. Haverá um grande discurso do presidente Putin", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, acrescentando que muitas ruas da capital serão fechadas para a circulação de veículos e pessoas não autorizadas.
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Apesar do evento, muitos líderes mundiais já afirmaram que não reconhecerão a anexação, como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg. Os últimos a expressarem apoio à Ucrânia foram os representantes do Reino Unido e Canadá.