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Brasil registrou um estupro de menina ou mulher a cada 10 minutos em 2021

Em relação aos casos de feminicídio, houve um registro a cada sete horas

Brasil registrou um estupro de menina ou mulher a cada 10 minutos em 2021
Mulher ergue as mãos para se defender de agressão (Marcos Santos/USP)
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O número de estupros no Brasil cresceu 3,7% em 2021, em comparação com 2020, segundo dados divulgados nesta 2ª feira (7.mar) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e que foram coletados para a edição de 2022 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. No ano passado, houve o registro de 56.098 boletins de ocorrência de estupro de pessoas do gênero feminino, ou seja, em média, uma menina ou mulher foi vítima do crime a cada dez minutos no país.

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No total, 18 unidades federativas (UFs) apresentaram crescimento na quantidade de registros de estupros de mulheres em 2021, ante o número de 2020. Paraíba, Maranhão, Alagoas, Piauí, Sergipe e Rio Grande do Norte tiveram os aumentos mais expressivos: 111,3%, 46,3%, 23,5%, 19,3%, 19% e 16,9%, respectivamente. Nessas UFs, diz o Fórum, o número de registros no último ano superou o patamar pré-pandemia. Já considerando o total de 56.098, antes da pandemia o cenário estava ainda pior, pois 2019 somou 61.531 boletins de ocorrência. 

Ao longo da pandemia, isto é, de março de 2020 a dezembro de 2021, 100.398 casos de estupros de meninas ou mulheres foram registrados no país. Ainda segundo o Fórum, em abril do primeiro ano da crise sanitária, houve a menor quantidade de registros de estupro de mulheres do período, mas também a intensificação de medidas de isolamento social para frear o coronavírus, "o que sugere que a redução dos casos está relacionada a uma maior dificuldade de acesso das mulheres às delegacias para registro de boletins de ocorrência".

"Após abril de 2020, inicia-se a retomada nos casos de estupro registrados, tendência que permanece em 2021", completa. Em relação às UFs em que houve queda no índice em 2021, os destaques foram Distrito Federal (23,1%), Amazonas (14,3%) e Espírito Santo (5,9%).

Entre os dados divulgados nesta 2ª feira, estão também os de feminicídios. Nesse caso, o país somou 1.319 registros em 2021 - queda de 2,4% frente à quantidade de 2020. Em média, uma mulher foi vítima do crime a cada sete horas no território brasileiro. Segundo o Fórum, "os dados mensais de feminicídios no Brasil entre 2019 e 2021 indicam que houve um aumento dos casos entre os meses de fevereiro e maio de 2020, quando houve maior restrição nas medidas de isolamento social". "Em 2021, a tendência de casos seguiu muito próxima àquela verificada no ano anterior à pandemia, com média mensal de 110 feminicídios".

Dentre as 16 UFs que apresentaram crescimento no número de boletins de ocorrência de feminicídio, de 2020 para 2021, os destaques foram Tocantins (144,4%), Rio Grande do Norte (53,8%) e Distrito Federal (47,1%). Já dentre as quedas no índice, as principais foram as de Roraima (55,6%, Mato Grosso (30,6%) e Alagoas (28,6%). Na pandemia, ao menos 2.451 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil.

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em resumo, o quadro "exposto serve de alerta à sociedade brasileira de que a violência, em suas diferentes formas, segue como um dos principais obstáculos ao empoderamento feminino e, mais do que celebrar o mês da mulher, precisamos de políticas públicas capazes de preservar e garantir condições básicas de vida para meninas e mulheres, livres da violência endêmica que continua a atingi-las".

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