Sistema Cantareira entra em restrição e famílias relatam falta de água em SP
Moradores enfrentam torneiras secas enquanto reservatório da Grande São Paulo opera abaixo de 30%
Flavia Travassos
O Sistema Cantareira, maior reservatório da Região Metropolitana de São Paulo, que abastece cerca de nove milhões de pessoas, entra em situação de restrição nesta quarta-feira (1º). A partir de agora, a quantidade de água retirada será menor.
A decisão foi tomada porque o nível do reservatório caiu para menos de 30% da capacidade. Uma medida desse tipo não acontecia desde janeiro de 2022.
Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), na prática, os moradores da Grande São Paulo não devem sentir o impacto imediato.
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Nesta terça-feira (30), o Cantareira operava com 28,3% da capacidade. No mesmo dia do ano passado, o índice era de 50,9%.
Moradores de algumas regiões de São Paulo já começaram a sentir o impacto da seca no Cantareira, com falta de água nas torneiras. Dona Constância, de 91 anos, já vinha percebendo problemas na semana passada.“Eu tenho cinco netos e bisnetos. De noite dormem sem tomar banho, porque chegam da escola às seis, seis e meia, vão tirar a roupa e já não tem mais água. Então, eles dormem sem banho”, relata.
“Pra quem não tem caixa d’água é mais complicado ainda. Quem tem dá até pra se virar, mas quem não tem, já não dá. Eu não tenho”, conta Jaqueline Ferreira, dona de casa. A pilha de louça na casa de Jaqueline não estaria ali se, na noite anterior, não tivesse faltado água.
A situação é ainda mais difícil em áreas mais altas. “Quem mora lá no alto é mil vezes pior, porque se eu reclamo que 7 horas já não tenho água em casa, quem mora no morro 4 horas já não tem mais”, explica a cuidadora de idosos Elis Nascimento.
