Salvador tem pior taxa de homicídio juvenil entre capitais brasileiras
Levantamento ainda aponta que 11% do povo baiano está abaixo da linha da pobreza
Salvador possui a pior taxa de homicídio de jovens entre 15 e 29 anos, entre todas as outras capitais do Brasil. São 322,5 mortes a cada 100 mil habitantes, de acordo com o Mapa da Desigualdade, divulgado pelo Instituto Cidades Sustentáveis. O levantamento revela ainda que 11% da população baiana está abaixo da linha da pobreza.
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O coordenador geral do Instituto Cidades Sustentáveis, Jorge Abrahão, afirmou que a maior quantidade de crimes de homicídio, atingem a população jovem negra.
"A capital baiana enfrenta um problema gravíssimo de repressão policial. Muitas vezes, a repressão atinge jovens negros nas grandes cidades brasileiras. A Organização das Nações Unidas (ONU), define que uma cidade, ou um país, que tenha mais do que 10 mortes por 100 mil habitantes é considerada uma cidade ou um país em guerra civil. Isso demonstra a gravidade desse problema no Brasil", destacou Abrahão.
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Mulheres na política
52% da população brasileira é composta por mulheres.
O estudo mostra que a representatividade feminina na política brasileira, continua em queda.
No Brasil, há apenas 658 prefeitas. O que representa cerca de 12% do total de prefeituras do país, que são 5.568. Os dados demonstram que a quantia do público feminino nesses postos de atuação, é baixa.
Quando é analisado a câmara de vereadores, por exemplo, também há uma queda no número de mulheres ocupando esse cargo.
Michelle Ferreti, co-fundadora do Instituto Alziras, aponta que são apenas 16% de assentos ocupados por mulheres na câmara dos vereadores do país. Do total, apenas 6% dessas ocupações, é por mulheres negras.
Mapa da Desigualdade
O Mapa da Desigualdade entre as capitais brasileiras é uma das ações do Programa de Fortalecimento da Sociedade Civil e dos governos locais para a promoção e construção de cidades mais justas, igualitárias, democráticas e sustentáveis no Brasil. Esse programa tem como base os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que são metas globais que integram a Agenda 2030, um pacto firmado por 193 países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU).
O levantamento realizado pelo Mapa da Desigualdade, compara 40 indicadores das 26 capitais brasileiras. A pesquisa faz desde apurações de renda, saúde, educação, habitação à saneamento. O estudo tem a intenção de apresentar as desigualdades existentes no Brasil.
As análises ainda apontam que até mesmo as capitais brasileiras que apresentam o melhor desempenho nos 40 indicadores, não são modelos ideais para o país.
“É importante dizer que esses dados não caracterizam a igualdade ou a desigualdade de uma cidade, mas mostram as diferenças que existem entre as capitais brasileiras”, enfatizou Abrahão.
*Com informações da Agência Brasil