RS chega a 5 mortes e 124 casos de leptospirose após enchentes
Porto Alegre e Canoas lideram infecções suspeitas da doença; veja cuidados
Subiu para cinco o número de mortes por leptospirose no Rio Grande do Sul. A informação foi divulgada na segunda-feira (27) pela Secretaria Estadual da Saúde, que também confirmou 124 casos da doença no estado. Outras 922 infecções estão sob investigação, assim como nove óbitos. Ao todo, 1.588 casos foram notificados até o momento.
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A cidade com mais casos suspeitos de leptospirose é Porto Alegre, que continua ilhada devido às enchentes. São 685 notificações, número quase nove vezes maior que o registrado em Canoas, que ocupa o segundo lugar na lista com 76 casos.
Em meio ao cenário, o governo estadual ampliou a testagem da doença. Tani Ranieri, diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), explica que a ação é de grande importância para auxiliar no monitoramento epidemiológico da doença, bem como o avanço do vírus. Com isso, espera-se formular novas políticas de saúde no estado.
O que é a leptospirose?
A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados. O contágio pode ocorrer a partir da pele com lesões ou mesmo em pele íntegra se imersa por longos períodos em água contaminada, além de por meio de mucosas.
O período para o surgimento dos sintomas pode variar de um a 30 dias. Os principais sintomas da leptospirose são: febre de 38 °C, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (em especial, na panturrilha), calafrios, falta de apetite, náusea e vômitos. Outra característica marcante da doença, em alguns casos, é apresentar olhos vermelhos.
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, a orientação é que, ao apresentar sintomas, a pessoa procure um serviço de saúde e relate o contato com exposição de risco. O uso do antibiótico, conforme orientação médica, está indicado em qualquer período da doença, mas sua eficácia costuma ser maior na primeira semana do início dos sintomas.
Como se prevenir em enchentes
A bactéria Leptospira penetra no corpo por mucosas da boca, nariz e olhos, e por meio da pele em caso de imersão prolongada na água contaminada. Feridas e cortes facilitam a infecção. Em situações de inundação, o Ministério da Saúde recomenda as seguintes medidas de prevenção:
- Cubra cortes ou arranhões com bandagens à prova d’água;
- Se possível, utilize botas e luvas para reduzir o contato com a água contaminada, ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés;
- Após as águas baixarem, retire a lama e desinfete pisos, paredes e bancadas com água sanitária, deixando agir por 15 minutos (sempre com a proteção de luvas e botas de borracha);
- Não nade ou beba água doce de fonte que possa estar contaminada pela água da enchente;
- Descarte alimentos e medicamentos que tiveram contato com a água da inundação;
- Trate a água antes do consumo, fervendo ou utilizando hipoclorito de sódio;
- Caso seja profissional de saúde ou de resgate, use equipamentos de proteção individual (EPIs).
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O controle dos roedores também é importante para evitar a proliferação da doença. Para isso, basta fazer o descarte adequado do lixo, evitando acúmulo de entulhos, e fechando frestas e aberturas em portas e rodapés. O lixo deve ser colocado em sacos plásticos ou em latões de metal com tampa, e armazenado em locais altos até que seja coletado.