Quase metade das empresas do setor calçadista foi afetada pelas enchentes no RS
Estado é o segundo maior fabricante de calçados do Brasil, perdendo apenas para o Ceará
Uma feira de calçados, aberta em São Paulo, mostra o esforço da indústria gaúcha para se recuperar da tragédia da chuva. Quase metade das empresas do setor foram afetadas pelas enchentes, em um prejuízo que ainda não foi calculado.
O Rio Grande do Sul é o segundo maior fabricante de calçados do Brasil, perdendo apenas para o Ceará. O estado é responsável por 24% de toda a produção nacional. Só no ano passado, foram fabricados 200 milhões de pares.
No entanto, a tragédia climática no estado afetou não só algumas das empresas, como praticamente 10% de todos os trabalhadores do setor.
Em uma das 11 fábricas de um dos grandes grupos calçadistas do Sul, Calçados Beira Rio, localizada em Roca Sales, no Vale do Taquari, a água atingiu 3 metros de altura. A sorte é que itens já prontos foram levados para o segundo andar.
"A gente já está recomeçando a produção do corte e nos próximos dias entra em normalidade. Agora temos alguns problemas de logística, porém está tudo sendo contornado”, afirma Roberto Argenta, presidente da indústria.
Segundo a associação dos fabricantes, embora a maioria das fábricas esteja concentrada nos vales do Paranhana, Sinos e Taquari, será possível atender às encomendas que serão feitas na feira.
"Em no máximo 30, 40 dias, 90% da capacidade de produção do Rio Grande do Sul estará operando, por isso a importância dessa feira acontecer nessa data. Todo o esforço é para a indústria calçadista do Rio Grande do Sul não desempregar nenhum posto de trabalho”, afirma Haroldo Ferreira, presidente executivo da Abicalçados.
O setor se organiza para arrecadar fundos em favor dos trabalhadores que perderam casas ou o que havia dentro e assim, passo a passo, tentam reconstruir o que a água arrasou.