Porto Alegre registra o mês mais chuvoso da história
Nas últimas 24 horas, a capital gaúcha chegou a 114,1 milímetros de chuva; estado tem 163 mortos pelas chuvas e 4 óbitos por leptospirose
O mês de maio de 2024 já é o mais chuvoso da história de Porto Alegre, mesmo ainda faltando sete dias para o seu fim. Nas últimas 24 horas, a capital gaúcha registrou 114,1 milímetros de chuva.
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O recorde foi atingido com a chuva registrada nesta quinta-feira (23), segundo o site de meteorologia MetSul. É o mês mais chuvoso desde o início das medições, em 1910.
O acumulado do mês na estação de referência climatológica do bairro Jardim Botânico, até as 15h de quinta, já somava 461 mm. O volume supera o recorde anterior de precipitação de maio, registrado em 1941 – ano da maior enchente anterior a esta – que era de 405,5 mm.
Situação das chuvas
Segundo boletim divulgado pela Defesa Civil na manhã desta sexta-feira (24), 163 pessoas morreram após as chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul. Outras quatro mortes por leptospirose também foram registradas.
65 pessoas seguem desaparecidas. O total de pessoas afetadas chegou a 2.342.460. Dos 497 municípios do estado, 469 foram atingidos – isso corresponde a mais de 94% das cidades gaúchas.
Mais de 645 mil pessoas estão fora de suas casas, sendo que 63.918 delas estão em abrigos e outras 581.613 estão desalojadas (na casa de parentes ou amigos).
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Casos de leptospirose
Quatro homens morreram por leptospirose após as chuvas que atingiram o estado:
- Eldo Gross, de 67 anos, morador de Travesseiro, no Vale do Taquari;
- Um homem, de 33 anos, morador de Venâncio Aires;
- Um homem, de 56 anos, morador de Cachoeirinha;
- Um homem, de 50 anos, morador de Porto Alegre,
A Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul informou, na quinta, que já registrou 54 casos confirmados da doença nas últimas semanas. Quatro óbitos estão em investigação e outros 1140 casos suspeitos foram notificados.
Quais são os sintomas da leptospirose?
Os primeiros sintomas da leptospirose surgem de cinco a 14 dias após a contaminação. Os principais sintomas são:
- febre
- dor de cabeça
- fraqueza
- dores no corpo (em especial, na panturrilha)
- calafrios
Atenção! Aos primeiros sintomas, procure um serviço de saúde imediatamente.
Outra característica marcante da doença, em alguns casos, é apresentar olhos vermelhos. Quadros mais graves ocorrem em aproximadamente 15% dos indivíduos, a partir da segunda semana, quando há aumento da produção de anticorpos. Os principais sintomas nesta fase são:
- icterícia (pele e olhos amarelados)
- insuficiência renal
- alteração no nível de consciência
- hemorragia
- tosse seca e falta de ar, que podem indicar comprometimento dos pulmões
Como se prevenir em enchentes?
Em situações de inundação, o Ministério da Saúde recomenda as seguintes medidas de prevenção:
- Cubra cortes ou arranhões com bandagens à prova d’água;
- Se possível, utilize botas e luvas para reduzir o contato com a água contaminada, ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés;
- Após as águas baixarem, retire a lama e desinfete pisos, paredes e bancadas com água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%), na proporção de um copo de água sanitária para um balde de 20 litros de água, deixando agir por 15 minutos (sempre com a proteção de luvas e botas de borracha);
- Não nade ou beba água doce de fonte que possa estar contaminada pela água da enchente;
- Descarte alimentos e medicamentos que tiveram contato com a água da inundação;
- Trate a água antes do consumo, fervendo ou utilizando hipoclorito de sódio;
- Caso seja profissional de saúde ou de resgate, use equipamentos de proteção individual (EPIs);
- Mantenha os alimentos guardados em recipientes bem fechados;
- Deixe a cozinha limpa, sem restos de alimentos, e retire as sobras de alimentos ou ração de animais domésticos antes do anoitecer;
- Mantenha o terreno limpo e evite entulhos e acúmulo de objetos nos quintais.